A data 29 de agosto é lembrada devido ao Dia Mundial de Combate ao Fumo. Os ginecologista e obstetras do Hospital Dom Malan/IMIP, em Petrolina (PE), Fabíola Leite e Danilo Kauêr Brito, chamam a atenção para os perigos causados pelo ato de fumar. Este estilo de vida que tem causado doenças à saúde de milhares de pessoas de todo o mundo.

“A gestação é uma ocasião especial para a promoção da cessação do tabagismo. Nesta fase, a mulher tem mais contato com os profissionais de saúde, que podem orientá-la melhor sobre os prejuízos que o cigarro pode trazer à saúde. Além disso, a preocupação com a saúde do feto gera uma motivação extraordinária à mãe”, pontua Fabíola Ribeiro.

Para as mulheres grávidas, o ato de fumar é ainda mais perigoso. A médica ressalta que o cigarro é maléfico em todos os sentidos, mas numa gestação eles são potencializados. “No indivíduo tabagista, os componentes do cigarro, como a nicotina e o monóxido de carbono, podem potencializar alterações no sistema cardiovascular, agravando hipertensão, doenças arteriais causadoras de infartos e AVC, doenças pulmonares, entre outras.  As modificações do corpo da mulher durante a gestação, fazem dela um grupo também mais susceptível a certas doenças, como diabetes, doenças hipertensivas, doenças vasculares, entre outras”, explica.

“Caso a gestante seja tabagista, estes riscos tornam-se ainda maiores. O tabagismo pode afetar também a fertilidade da mulher, dificultando que ela engravide. Também pode dificultar a amamentação, diminuindo a produção de leite e o tempo de lactação. O bebê também sofre com o uso do cigarro, tanto antes, como depois do nascimento”, alerta Fabíola Leite. 

Danilo Kauêr Brito pontua que as gestantes correm “maior risco de aborto, gravidez tubária (nas trompas), placenta prévia, ruptura prematura de membrana, parto prematuro e descolamento de placenta. Existem muitos perigos que podem agredir ao feto. Dentre eles são maior risco de baixo peso ao nascer, menor comprimento, menor perímetro cefálico, defeitos congênitos, além de alergias e infecções para a criança”, alerta o médico.

“A extinção do tabagismo é importante, não só para a gestante, como também para qualquer pessoa, independente do sexo, diminuindo os riscos cardiovasculares e alguns cânceres”, complementa Danilo Kauêr Brito.

“Caso a mulher não consiga parar de fumar, ela deve ser encorajada a, pelo menos, reduzir o número de cigarros que fuma por dia, especialmente no terceiro trimestre de gravidez, fase em que o fumo mais atua na diminuição do desenvolvimento fetal”, finaliza Fabíola Leite.