Uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) comprovou o efeito do Programa Mãe Coruja Pernambucana na redução da mortalidade infantil no Estado. Intitulada “Avaliação do Impacto do Programa Mãe Coruja Pernambucana nas Taxas de Mortalidade Infantil e Materna em Pernambuco”, a dissertação de mestrado foi produzida pela enfermeira Alessandra Cabral e orientada pelo professor doutor Breno Ramos Sampaio, no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Economia da Saúde. As informações do estudo foram apresentadas na última semana durante a reunião de monitoramento do Programa, que inclui todos os coordenadores centrais e de atuação regional.
 
De acordo com o estudo, que procurou isolar o efeito do programa diante de outros fatores que favorecem a queda da mortalidade infantil, foram avaliados 183 municípios no Estado (com exceção do Recife e Ipojuca), sendo, destes, 102 atendidos pelo Programa. O resultado das análises estatísticas apontou que, nos seis anos estudados (de 2007 a 2012), os municípios atendidos apresentaram melhorias nos indicadores de mortalidade infantil, com progressos ano a ano. Em média, a redução da mortalidade no período chegou a 21,13%, com o aumento na proporção de consultas de pré-natal em 90,2%.
 
“O estudo demonstra que, já no primeiro ano de atuação, o Mãe Coruja produziu impacto positivo nestes dois indicadores, com taxa de redução na mortalidade de 9,34% e aumento das consultas de pré-natal em 14,24%”, afirmou Alessandra, que disse ter se interessado pelo tema por se perguntar como um Programa que se propunha a reduzir mortalidade infantil conseguia este objetivo sem prestar assistência direta em saúde às mulheres e crianças. Atualmente, o Mãe Coruja articula uma rede de ações intersetoriais junto a 11 secretarias do Governo de Pernambuco, atuando nos eixos de saúde, educação, desenvolvimento social e assistência.
 
“Embora os números internos do Programa já comprovassem a redução da mortalidade infantil desde a sua implantação, é importante e gratificante que um avaliador externo, isento, chegue a essas conclusões. A pesquisa abre caminho para cooperações institucionais e outras parcerias com o Mãe Coruja”, disse a sanitarista e coordenadora do Conselho Consultivo do Mãe Coruja, Bebeth Andrade Lima.