Os medicamentos psicotrópicos são substâncias químicas que atuam no funcionamento do sistema nervoso central do paciente, amplamente utilizados em tratamento de condições psiquiátricas e causam mudanças no humor, percepção e também na consciência. Nos últimos anos, o uso dessas medicações cresceu consideravelmente no Brasil. Esse aumento preocupa especialistas pelos riscos da automedicação.  
 
Dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos revelam que o consumo de remédios para ansiedade no Brasil cresceu 10% entre 2019 e 2022; o de sedativos, usados para dormir, aumentou 33%; e o de antidepressivos saltou 34%.  
 
Os perigos de se automedicar são diversos. “Se automedicar traz riscos para a nossa saúde. Um deles é você ter alergia ao medicamento, ter reações adversas como diarreia, enjoo, vômitos. E, se tratando de psicotrópicos e ansiolíticos, você também pode criar uma dependência, tanto física quanto psicológica”, alerta a farmacêutica da UPAE Escada, Marcela Lins.
 
Durante o Janeiro Branco, campanha que enfatiza a importância dos cuidados com a saúde mental, os sinais de possíveis transtornos mentais ganham mais destaque. No entanto, é importante estar atento também aos “diagnósticos” e ao uso de remédios indicados por conhecidos. 
 
“Se tornou comum as pessoas relatarem sintomas como insônia, falta de ar, dores de cabeça constantes, para pessoas próximas, e receberem diagnósticos de ansiedade, estresse e depressão e indicações para uso de medicações que são, inclusive, de uso próprio. Nem sempre os mesmos sintomas significam que vocês estão com a mesma doença”, aponta a profissional.
 
Por isso, a orientação é buscar ajuda médica. “Ao sentir sintomas parecidos, procure sempre um médico para que ele possa fazer o diagnóstico correto da sua doença, possa prescrever a medicação correta, no horário e nos dias corretos. Se a gente se automedica, muitas vezes a gente mascara algumas doenças, complicando nosso quadro clínico”, finaliza a farmacêutica.