Para alertar moradores do bairro da Mirueira, no Paulista, sobre a importância do diagnóstico precoce da Hanseníase, a secretaria municipal de saúde do município e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realizaram uma caminhada com o tema “Apagar essa mancha é uma missão de todos” pelas principais ruas do bairro chamando atenção da população para detecção qualquer alteração na pele, caracterizada pelo aparecimento de mancha suspeita e que podem ser o indicativo da doença infectocontagiosa.

Dados parciais apontam que, em 2017, foram registrados 2.186 novos casos da doença, número 17% maior que o total de ocorrências de 2016, quando o Estado registrou 1.856 casos novos.  A caminhada saiu da praça do bairro e seguiu até o Hospital Geral da Mirueira, unidade fundada em 1941 para atender às recomendações do Serviço de Profilaxia para hanseníase. No percurso, orquestra de frevo e passistas chamavam a população para unidade de saúde onde foram ofertadas consultas com dermatologistas para orientações de saúde e diagnóstico da doença.

 “O trabalho de prevenção da hanseníase está aliado ao diagnóstico precoce, quanto antes for realizado mais precocemente, oportuno e rápido será o tratamento. O acompanhamento se dá por meio do uso de antibiótico com duração média de seis meses ou doze meses de acordo com a classificação da doença. Quando a doença apresenta poucas bactérias, que é a forma mais leve, o tratamento dura seis meses, e na forma mais grave, onde há presença de mais bactérias, o tratamento se expande por doze meses”, afirmou a coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase da SES, Monique Lira.

 

A DOENÇA - A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e com alto poder incapacitante. Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, acomete, principalmente, a pele e os nervos periféricos. Também pode manifestar-se como uma doença sistêmica, comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada, e que não recebe o tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A principal via de eliminação e entrada do bacilo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongo.

Os principais sinais e sintomas da doença são: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade (a pessoa pode sentir choques, câimbras e formigamentos que evoluem para dormência); pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos; diminuição ou queda de pelos localizada ou difusa (especialmente sobrancelhas) e ausência de sudorese no local (pele seca).

O tratamento recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é baseado na poliquimioterapia, ou seja, com o uso de várias drogas para a intervenção terapêutica. Uma parte do tratamento é realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa. Vale reforçar que toda a medicação para hanseníase é gratuita e fornecida pelo Ministério da Saúde (MS). A distribuição dos medicamentos trata a doença e impede a sua transmissibilidade.