Claridade e desidratação podem influenciar nos episódios. Especialista também pontua os impactos que as festividades de fim de ano provocam no cérebro do enxaquecoso
Neste sábado (21/12), começa oficialmente o verão. Celebrado por aqueles que aproveitam o momento para desfrutar das férias ou do sol na praia, também é uma época que traz, literalmente, dor de cabeça para alguns. Para quem tem enxaqueca, esse período oferece gatilhos que podem aumentar as crises, atrapalhando a rotina. O neurologista Eduardo Aquino, coordenador da emergência neurológica do Hospital Pelópidas Silveira (HPS), explica o motivo e dá dicas de como evitar esses episódios que trazem instantes dolorosos e incapacitantes para quem sofre desse mal.
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que tem características próprias, sendo uma dor, normalmente, latejante ou pulsante, e que é acompanhada de alguns sintomas, como intolerância a barulho, claridade ou cheiro, náusea e vômito. É uma dor de cabeça que se repete várias vezes durante o mês e acomete, principalmente, as mulheres.
“A chegada do verão é um período crítico para quem sofre de enxaqueca, pois há dois gatilhos importantes para o surgimento das crises. Primeiro, o aumento do calor, que nos faz suar mais, perder mais líquidos e, consequentemente, nós desidratamos mais facilmente. Segundo, o aumento da luminosidade. No verão, temos mais horas de exposição ao sol e isso, para o enxaquecoso, é bastante difícil, pois o cérebro desse indivíduo sofre com o excesso de luminosidade no ambiente”, afirma Aquino, que é especialista em cefaleia.
O chefe da emergência neurológica do Pelópidas Silveira, serviço da rede estadual de saúde e gerido pela Fundação de Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH), orienta quem tem enxaqueca a fazer uso de óculos escuros, chapéu/boné e tentar evitar o sol nos horários mais intensos. Além disso, manter a hidratação com o consumo de bastante água.
“Também é importante tentar se conhecer melhor, observando se há um gatilho alimentar ou ambiental causador das suas crises. Ou seja, será que quando eu vou ao sol tenho crise? Será que tenho enxaqueca quando como determinado alimento, para poder evitá-lo? O autoconhecimento irá ajudar a evitar possíveis episódios”, frisa o neurologista. Aquino reforça, ainda, a importância de procurar um especialista para ter uma abordagem de tratamento e prevenção que controle os sintomas e traga mais qualidade de vida.
Fim de ano: As festividades de dezembro também podem desencadear crises de enxaqueca, pela mudança na rotina, privação de sono, aumento de consumo de álcool e alimentos que não fazem parte da dieta habitual, como os queijos amarelos, a exemplo do queijo do reino.
“Esse combo também é um prato cheio para uma crise de enxaqueca. Mas, tendo conhecimento, se hidratando corretamente e, consequentemete, tomando o cuidado necessário, dá para aproveitar o mês e viver o fim do ano e o verão sem enxaqueca”, pontua Eduardo Aquino.
As reflexões que o período gera também são outro fator de risco para as crises. “Final do ano é um período de refletir, fazer uma revisão do ano que passou. Também há um impacto pelo medo do futuro, da melancolia e lembrança pela perda dos entes queridos que já foram. Todo esse caldeirão leva ao aumento da enxaqueca em dezembro”.
Perfil: O HPS, localizado no Curado, Recife, é a primeira unidade do SUS no Brasil com foco exclusivo em cardiologia, neurocirurgia e neurologia. Oferece cuidados especializados a pacientes com infarto, doenças cardíacas, aneurismas, acidentes vasculares cerebrais (AVC), patologias da coluna, tumores cerebrais, entre outras condições graves. Todos os atendimentos são regulamentados e direcionados por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado, Samu ou Corpo de Bombeiros. O hospital conta com uma infraestrutura adequada para exames especializados, como cateterismo, tomografia e ultrassonografia, garantindo um atendimento eficaz ao usuário do sistema público.