Este ano, os palhaços comemoraram 18 edições do bloco homenageando a brincadeira popular da La Ursa
O bloco Miolinho Mole, dos Doutores da Alegria, encerra a semana de cortejos carnavalescos nos hospitais do Recife nesta quinta-feira (27), no Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga. Desde segunda-feira (24), os palhaços levaram a folia para as alas pediátricas de quatro hospitais da capital: Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Procape e Hospital da Restauração.
“Estamos muito felizes!O carnaval é uma festa linda e importante para os pernambucanos. Trazer a experiência de brincar o carnaval para dentro do hospital e impactar tantas crianças, suas famílias e profissionais de saúde reforça o quanto o trabalho dos besteirologistas é importante o ano inteiro”, conta Arilson Lopes, coordenador artístico da unidade Recife dos Doutores da Alegria.
Este ano, comemorando 18 edições, o bloco Miolinho Mole homenageou a brincadeira popular da La Ursa, comum em muitos bairros do Recife e em cidades do interior do estado. Dr. Eu_Zébio (Fábio Caio) foi o personagem principal da festa, a La Ursa, que teve ainda o caçador, Dr. Micolino (Marcelino Dias), e o domador italiano, Dr. Wago Ninguém (Wagner Montenegro).
A música foi tocada e cantada ao vivo, sob a batuta do Trio Porta-Soro: Dra. Baju (Juliana de Almeida). Dr. Dud Grud (Eduardo Filho) e Dr. Gonda (Tiago Gondim). O repertório é formado por composições autorais, como a Dança da Ambulância e Funkda compressa, e paródias de músicas conhecidas do nosso carnaval. Completam a festa, arrasando nas coreografias, Dra. MonaLisa (Greyce Braga), Dra. Muskyta (Olga Ferrario) e Dra. Nana (Ana Flávia).
CAMPANHA DE DOAÇÃO–O bloco Miolinho Mole reforça a campanha por doações contínuas realizada por Doutores da Alegria. Em 2024, a associação passou pela maior crise financeira em mais de três décadas: houve uma queda de 70% na arrecadação dos recursos. Em determinado momento, entre os meses de outubro e novembro, as visitas dos palhaços aos hospitais precisaram ser suspensas.Foi realizada uma redução orçamentária em todas as atividades e recursos humanos da associação, para que o trabalho pudesse continuar em 2025.
Neste ano, as visitas foram retomadas integralmente, duas vezes por semana, em cada um dos cinco hospitais assistidos por Doutores da Alegria na capital pernambucana. No entanto,os recursos captadosaindanão são suficientes para garantir a continuidade das ações, como as intervenções nos hospitaisno segundo semestre e o Curso livre de Palhaçarias para Jovens, voltado para jovens em situação de vulnerabilidade social. Está prevista a inclusão de um novo hospital público na agenda de intervenções dos palhaços no Recife,que também vai depender da entrada de recursos.
O trabalho de Doutores da Alegria não é voluntário. Os hospitais não pagam nada para receber as intervenções, mas os palhaços são profissionais remunerados, especializados na linguagem da palhaçaria. Há ainda uma equipe administrativa e de produção necessárias à manutenção da organização.
“Fazemos um apelo às empresas pernambucanas e à sociedade civil, àqueles que enxergam a importância do nosso trabalho junto às crianças hospitalizadas, às famílias, aos profissionais de saúde. Estamos o ano inteiro nos hospitais e não queremos sair. As crianças precisam da presença dos palhaços no ambiente hospitalar. Queremos ajuda para que não tenhamos mais nenhuma paralisação das nossas ações”, pede Arilson Lopes.
As doações podem ser feitas por meio do site www.doar.doutoresdaalegria.org.br .