A Secretaria Estadual de Saúde (SES) fez um levantamento inédito sobre o câncer de mama em Pernambuco para nortear um plano de prevenção à doença. De acordo com o estudo, a taxa de mortalidade deste tipo de câncer, maior vilão entre as neoplasias que atingem as mulheres, vem aumentando ano a ano, passando de 7,9 por grupo de 100 mil mulheres em 2003 para 10, 3 em 2006. Esse crescimento de cerca de 30% no índice de óbitos fez com que a SES desse início a um plano estadual, que já conta com mais de R$ 3 milhões de reais para investimento em exames preventivos de mama, além dos recursos atualmente disponibilizados pelo SUS.

“Estamos estruturando nossa rede de atendimento especializado em câncer, composta de 50 unidades. É preciso interligá-las, com sistema de informática contendo um cadastro dos pacientes. Além disso, estamos investindo os recursos extras na construção de em um centro de diagnóstico precoce, para atender a uma média de 30 mulheres por dia”, informa o secretário-executivo de Gestão e Vigilância em Saúde da SES, Cláudio Duarte. De acordo com ele, o dinheiro destinado à prevenção significa economia no tratamento das pacientes em estágio avançado.

Doença de custo elevado para o SUS, devido à duração do tratamento e aos medicamentos e exames prescritos, o câncer de mama representa um custo anual de R$ 8 milhões em internações e procedimentos ambulatoriais para o Governo do Estado, através da SES. O valor médio por procedimento ambulatorial (radioterapia ou quimioterapia, por exemplo) é de R$ 323,59 e de R$ 687,09 por dia de internamento. Procedimentos como esses foram gastos com 4.941 pernambucanos que, entre 2002 e 2006, tiveram diagnóstico de neoplasia. Desse grupo, 1.970 pessoas faleceram entre 2001 e 2005.

Esses e outros dados estão contidos no estudo elaborado pela Gerência de Vigilância em Saúde da SES e mostrado hoje pela manhã (29/06), na sede da SES, na Praça Oswaldo Cruz, para representantes de hospitais públicos e privados que atendem pacientes de câncer e também para médicos oncologistas, com a presença do secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes. Todas as instituições e profissionais estão sendo integrados ao plano estadual.

Prevenção – Embora possa acometer mulheres que não apresentam fatores de risco, estudos mostram que alguns indicadores estão muito associados aos casos, como histórico na família, idade acima dos 50, mulheres que menstruaram antes dos 12 anos ou entraram na menopausa após os 55, obesidade, não ter engravidado e utilização de hormônios exógenos (anticoncepcionais ou reposição hormonal).

Como muitas mulheres com tumor não apresentam sintomas, é importante estar familiarizada com a aparência dos seios, sensações, formas e texturas de suas próprias mamas para detectar qualquer alteração. A mulher deve ficar atenta com alterações da coloração, superfície ou textura na pele da mama ou do mamilo; secreção através do mamilo e aparecimento de nódulos novos. Em caso de dor persistente na mama, embora essa não seja uma condição da doença, a mulher deve procurar imediatamente um médico.