Visando potencializar a qualidade nas informações e definir o papel dos grupos de estudo sobre a mortalidade materna, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realizou na última quinta-feira (13/09), em Boa Viagem, uma oficina para representantes do Comitê Estadual de Estudo da Mortalidade Materna (CEEMM). Participaram também os Grupos Técnicos de Acompanhamento da Mortalidade Materna (GTAMM) dos municípios da Região Metropolitana do Recife.

As reuniões desses grupos são mensais e contam com a participação de médicos, técnicos de vigilância do sistema de informação da mortalidade materna, ginecologistas, representantes de movimentos das mulheres e profissionais da área médica.

“A partir do encontro será possível qualificar melhor os profissionais da área e observar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” afirmou Zailde Carvalho, gerente geral de vigilância e saúde da SES.

Enquanto que em países como o Canadá a razão de mortalidade é de nove para cada 100 mil nascidos vivos, no estado de Pernambuco ele tem se mantido em 80 óbitos para os mesmos 100 mil, nos últimos anos. O índice também se justifica num maior esforço em localizar essas mortes, que podem passar despercebidas sem uma investigação eficiente.

Durante a reunião, foram colocadas em práticas atividades e dinâmicas com a finalidade de contribuir na reflexão e avaliação dos problemas e desafios no combate a mortalidade materna. As oficinas têm o objetivo de criar situações reais e gerar idéias que venham fortalecer o sistema de informação sobre a mortalidade materna para o Comitê.

“O encontro é necessário para desenvolver uma avaliação em conjunto do grupo técnico, percebendo como funciona a dinâmica do Comitê”, acrescentou a coordenadora do evento, Núbia Melo.

Com os dados reais será possível fazer um comparativo de quais classes sociais estão com um número significativo de casos de mortalidade e saber a que fator (econômico, social, escolar, etc.) a mortalidade materna está diretamente ligada.

A política estadual de atenção a saúde da mulher visa trazer resultados eficazes, e mapear as informações de forma mais clara sobre a atuação dos profissionais da saúde durante o atendimento à população.

O combate desse quadro tem início na verificação dos óbitos de mulheres em idade fértil, entre os 10 e 49 anos. Identificados os casos de mortes maternas, estes são investigados quanto às suas causas. “Em média 90% desses óbitos podem ser evitados com ações preventivas e de conscientização”, conclui Zailde Carvalho.