A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) realizou, nesta segunda-feira (18/12), a etapa estadual do II Seminário da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). O evento contou com a participação de especialistas de diversas áreas que possuem interface com a temática, com o objetivo de fortalecer as estratégias de promoção, prevenção e vigilância em saúde das populações expostas a agrotóxicos desenvolvidas no estado de Pernambuco. 

Atualmente, Pernambuco enumera 50 municípios com maior potencialidade de exposição humana aos agrotóxicos, chamados de municípios prioritários, pois apresentam mais de 30% de área economicamente ativa e ocupada na agricultura. Neste sentido, a Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) atua por meio de medidas de prevenção de agravos e doenças, promoção da saúde, vigilância e assistência integral à saúde. 

“Pernambuco é um dos estados que têm esse perfil de fortalecimento da Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). Conseguimos atingir a meta definida pelo Ministério da Saúde (MS), que determinava que até 2023 60% dos municípios tivessem a VSPEA implantada, e hoje estamos com 62%. Este tipo de vigilância, que tem muita particularidade com outras áreas, como meio ambiente, controle da qualidade da água, dependendo fortemente da articulação com outros órgãos”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos e Físicos da SES-PE, Clara Schumann. 

Ainda na ocasião, foi abordado o processo de implementação da VSPEA nos 50 territórios considerados prioritários em Pernambuco, levando em conta as estratégias de articulação intra e intersetorial da VSPEA e o debate sobre indicadores e metas deste tipo de vigilância para o período 2024-2027. A programação também contou com a apresentação de experiências exitosas sobre a temática desenvolvidas no quadriênio (2020-2023). 

O Seminário Estadual foi realizado em parceria com a Diretoria Geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador (DGVAST), a Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador (GVSAT), juntamente com a Coordenação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos e Físicos (VIGIPEQ) e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). 

“O agrotóxico, para produção do sistema agro, representa um produto de uma essencialidade gigante. Entretanto, como tudo no mundo, o uso seguro do agrotóxico depende de uma série de recomendações, de uma série de regras, fruto de pesquisas, de observações e de vivências, sobretudo de respeito ao ambiente. O uso do agrotóxico tornou-se indiscriminado e despreocupado, visando única e exclusivamente o lucro. Sabemos que quando o lucro se sobrepõe ao compromisso social, ao compromisso com a humanidade, só a humanidade perde”, destacou o diretor geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-PE, Eduardo Bezerra.

O Seminário da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos foi realizado em duas etapas, sendo a primeira efetuada de forma macrorregional (Metropolitana, Agreste, Sertão e Vale do São Francisco e Araripe), no último mês de novembro.  Os municípios apresentaram o processo de implantação e implementação da VSPEA, as atividades e ações desenvolvidas no território, sendo avaliados por meio de um formulário que caracterizou o desenvolvimento da estratégia no município. 

“O perfil de população mais exposta a este tipo de intoxicação, em Pernambuco, basicamente é o trabalhador aplicador de agrotóxico, embora o contexto familiar dele também sofra, por exemplo: a esposa desse trabalhador realiza a lavagem da roupa, se expondo. Aqui no estado está bem difundido, mas anteriormente podemos destacar o polo fruticultor, localizado na região do Sertão, a região da Zona da Mata e polo de cana de açúcar”, completou a coordenadora Clara Schumann.