O Centro de Atenção à Mulher Wilma Lessa, localizado no Hospital Agamenon Magalhães, registrou um aumento de quase 60 % no atendimento às mulheres neste Carnaval, em relação ao ano anterior. Das 7h da manhã da última sexta-feira (16.02) às 19 horas da Quarta-Feira de Cinzas (21.02), foram computadas 18 agressões, uma média de três por dia. Dessas agressões, 11 são de ordem física e sete sexuais. Em 2006, no mesmo período, foram registradas 11 agressões: três físicas e oito sexuais.

O centro é uma referência estadual para mulheres vítimas de violência, e oferece apoio psicológico, jurídico e médico durante 24 horas. "Esse serviço é fundamental para as vítimas no momento pós-agressão. Aqui elas encontram um ambiente humanizado e acolhedor", afirma a assistente social do HAM, Iesa Vila Nova.

O local, cujo nome homenageia a jornalista pernambucana que lutou pela defesa das mulheres e pela implantação de delegacias especializadas, conta com uma equipe que foi ampliada recentemente. São nove médicos, sete enfermeiras, cinco psicólogas e três assistentes sociais.

Com uma estrutura especializada, o Centro Wilma Lessa conta com a recepção onde é feito o primeiro contato com a assistente social, um consultório médico com sala de exame, um posto de enfermagem, sala de atendimento psicológico, quarto de repouso para as pacientes e o repouso dos profissionais plantonistas. "O principal objetivo é acolher cada mulher e dar o apoio necessário nesse momento de dificuldade. Cada paciente é tratada de forma individual, pois cada caso é único", afirma a coordenadora do Serviço, Maria do Carmo.

As pacientes, além de receberem orientação sobre seus direitos, tratamento médico e psicológico, ainda passam por um acompanhamento para realização de exames no Instituto Médico Legal (IML) e para prestar queixa na Delegacia da Mulher. Caso elas desejem denunciar os agressores, o sigilo total das
informações é garantido. O serviço inclui ainda os protocolos contra DSTHIV, pílula do dia seguinte e aborto previsto em lei, tipos de serviço que são rigorosamente analisados pelos médicos e só podem ser utilizados em um prazo de 72 horas após a agressão.

Além do trabalho de acompanhamento do estado físico e psicológico, o centro tem parcerias com a Defensoria Pública, que coloca à disposição um defensor público para prestar assistência jurídica em casos como requerimento de separação, guarda de filhos e pensão alimentícia.

O centro faz uma média de 140 atendimentos por mês. Desde sua inauguração, em 18 de junho de 2001, já foram registradas 3.101 mulheres vítimas de agressões, tanto físicas, como sexuais ou psicológicas. "Um terço dessas mulheres retornam para continuar o acompanhamento, o que mostra a importância do atendimento humanizado", informa Iesa Vila Nova. O telefone
do Centro de Apoio à Mulher Wilma Lessa é o 3267.1739