Numa iniciativa do Núcleo de Saúde Pública da UFPE da Universidade Federal de Pernambuco (NUSP), o Grupo de Pesquisas Universos Masculinos, com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde reuniu, no último dia (17/05), cerca de 60 pessoas no NUSP, durante o Seminário de Políticas Públicas para a Saúde dos Homens.
O evento foi aberto ao público e aconteceu no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE. Os debates giraram em torno da implantação dos serviços de saúde do homem. Depois de uma palestra de contextualização, voltada para um olhar epidemiológico, cultural e político do homem pernambucano, os participantes entraram em grupos de trabalho para discutir o tema. O resultado foi apresentado em uma grande roda formada por representantes do poder público, de entidades privadas e da sociedade civil organizada para a participação popular no Sistema Único de Saúde. “Algumas pesquisas, por exemplo, apontam que os homens adoecem mais de tuberculose do que as mulheres e morrem mais em acidentes de trânsito do que o sexo feminino. Por isso, os serviços a serem implantados precisam atender a essas particularidades”, ressaltou o gerente de Atenção à Saúde do Homem da SES, Oswaldo Negrão.
O coordenador da ONG Universos Masculinos, Carlos Silvan, lembrou que o modelo patriarcal ainda tem forte influência na sociedade o que reflete no preconceito masculino em procurar certos serviço oferecidos à essa população. Realidade também constatada pelo médico do Programa de Saúde da Família (PSF) do município de Ipojuca, Uilson Barros que esteve presente no Seminário. “Temos que criar políticas relevantes para que esse homem mude de comportamento”, acredita.
Iniciativa – O ponta-pé inicial para a construção da Política de Atenção à Saúde do Homem foi dado no segundo semestre de 2006, mas só em abril deste ano ela saiu do papel e ganhou força, quando o secretário Jorge Gomes criou a Gerência de Saúde do Homem. A assistência voltada especificamente para o homem já havia sido colocada em pauta, mas só agora, na atual gestão do secretário Jorge Gomes, ela saiu do papel. Dentre os temas debatidos como imperativos para a construção dessa política estão a qualificação da rede pública para melhor atender esse público, a conscientização desse homem como participante ativo das questões de saúde, como alguém que também adoece e transmite doenças, e a valorização desse homem como um todo e não apenas da sua integridade física, lembrando também da psicológica. “A participação no evento da UFPE reafirma o compromisso da atual gestão em colocar a Política de Atenção à Saúde do Homem entre as prioridades do Governo”, reforça Oswaldo Negrão.