Governo do Estado e vários representantes da sociedade civil pretendem levar para a VI Conferência Estadual de Saúde, que será realizada em outubro, um tema pouco debatido - a saúde dos homens. Para discutir o tema e levantar propostas, foi realizada, no último dia 29/08, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a plenária “Políticas Públicas para os homens na saúde frente às conferências de saúde”. Participaram do evento cerca de cem pessoas, de diversas entidades e organismos.

Na abertura do evento, os artistas plásticos Iramarai Vilela e Braz Marinho, do grupo Artvolante, fizeram um trabalho de sensibilização. Utilizando restos de marcenaria, eles construíram com todos os participantes, a imagem de uma árvore, defronte ao prédio do CCSA. “A idéia era um processo criativo para ajudar na construção das propostas”, informou Vilela.

“Esta será a primeira vez que a saúde do homem será discutida na Conferência”, destacou Martin Palácios, assessor da Gerência de Políticas de Saúde. “Saúde do homem é algo que ainda se discute pouco”, disse. Ele observou que a plenária surgiu de uma série de reuniões envolvendo a Gerência da Saúde do Homem com representantes de várias ONgs, como Instituto Papai e Universos Masculinos. Ao final do evento, foram encaminhadas várias propostas e estratégias, a serem apresentadas durante a Conferência Estadual.

Na parte da manhã, após a apresentação de Oswaldo Negrão, Gerente da Saúde do Homem da SES, sobre a política de Estado para os homens, Benedito Medrado, do Instituto Papai, fez uma palestra sobre epidemiologia, gênero, masculinidade e participação popular. Carlos Silvan, do Universos Masculinos – grupo de pesquisa e ação/Nusp-UFPE, falou sobre "Sociedade e participação popular nas construções das políticas públicas de saúde", com um enfoque na educação popular. O último palestrante foi Itamar Lages, da Universidade de Pernambuco, que analisou a questão da epidemiologia social e a realidade dos agravos à saúde dos homens em Pernambuco.

Durante a tarde, a plenária se dividiu em grupos de trabalho, que discutiram a gestão, atenção, educação, vigilância, sistema de informação e comunicação em saúde. Depois dos debates, surgiram várias propostas, que serão sistematizadas e levadas à Conferência Estadual.