Mesmo podendo ser evitada com medidas simples, a dengue é um problema complexo: envolve questões ambientais, biológicas e, sobretudo, sociais. Combinar ações que contemplem todos esses aspectos não é tarefa simples e requer uma constante atualização das políticas de combate e monitoramento da doença. Por isso, de hoje (23) até amanhã, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) promove uma oficina de trabalho para elaborar as novas diretrizes para controlar a incidência de casos, que este ano já chegou a 7.106, um aumento de 2.530 casos em relação ao mesmo período de 2006.

O evento, realizado no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, é promovido em parceria com a SES da Bahia e com apoio do Ministério da Saúde e Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães. No encontro, médicos infectologistas especializados em dengue discutem os resultados das ações do programa de controle da doença nos estados da Bahia e Pernambuco.

Ao final da oficina, será formulado um Plano Estratégico para fortalecimento e aprimoramento das ações combate e monitoramento da dengue nos dois estados. De acordo com o secretário executivo de assistência à Saúde, Cláudio Duarte, são três os principais eixos do combate da doença: vigilância epidemiológica, atendimento clínico e conscientização social.

O biólogo e pesquisador do Aggeu Magalhães, André Furtado, lembra que o problema da dengue não é responsabilidade exclusiva dos serviços de saúde. “É uma questão de comprometimento da população”, afirma o pesquisador, lembrando da importância da contribuição da sociedade no controle dos focos de mosquito. A falta de prevenção no dia-a-dia é, muitas vezes, o maior responsável pelo o aumento da infestação do mosquito.

Mosquito – O Aedes-egypti é capaz de depositar entre 90 e 120 ovos a cada três dias. Em sete dias, eles já podem se tornar mosquitos transmissores. O seu tempo de vida pode chegar a 35 dias e o mosquito pode ser diferenciado dos demais pernilongos pelas listras brancas que apresenta nas patas. Como ocorre com outras espécies de pernilongo, a fêmea é a transmissora da doença, pois só ela se alimenta do sangue humano.

Ação – O combate ao mosquito da dengue se intensifica em localidades de intermitência de água, quando os moradores são levados a acumular água em latas e tonéis, que devem ser sempre bem fechados e periodicamente limpos nas laterais. Lixo acumulado, calhas entupidas e vasos de plantas com água também facilitam sua proliferação.

Serviço
Evento: Oficina Desafios para o Controle da Dengue
Horário: Sexta-feira (24/08), das 8h30 às 17h.
Local: Hotel Jangadeiro – Av. Boa Viagem, 3114, Boa Viagem.