Preocupadas com a atual situação da lista de espera por transplante de fígado no Estado, a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (Apaf) e a Central de Transplantes de Pernambuco (CTP) realizam no próximo dia 18 uma caminhada para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. A concentração está marcada para 9h, no terminal de Boa Viagem, com destino ao 3º jardim. Atualmente, mais de 500 pessoas aguardam por transplante de fígado no Estado. Muitas delas correm risco de morte, caso não haja doação.

Segundo estatísticas da CTP, apenas dois transplantes foram realizados este ano. Neste mesmo período do ano passado, a média registrada foi de seis procedimentos. A queda no número de doações acaba aumentando a angústia dos pacientes que estão na fila de espera. “É horrível ficar dependendo de outras pessoas. A gente não sabe se vai dar tempo, e o meu caso não tem remédio, não tem cura. Só o transplante resolve”, disse Carla Patrícia, que há um ano aguarda por transplante. De janeiro até o início de março de 2007, 24 pacientes foram a óbito por falta de fígado.

A Apaf e a CTP acreditam que a informação e a conscientização podem aumentar o número de doações, e salvar a vida dessas pessoas. “Pedimos a sociedade não só que se informe a respeito do tema, mas que discuta isso em casa e tome uma atitude em relação à doação. Por que não autorizar a doação e dar uma oportunidade de vida para quem precisa?”, indaga a coordenadora da CTP, Cristina Menezes.

Doação - O primeiro passo para o transplante deve ser dado pelo possível doador, ao informar a família sobre sua intenção de doar. No caso de morte encefálica (cérebro paralisa suas funções, mas o coração permanece batendo) do paciente, os parentes devem procurar o médico responsável para assinar um termo de doação. A partir daí, a Central encaminhará o órgão para um receptor compatível. A decisão deve ser rápida, para que o transplante seja bem-sucedido. Vale salientar que o corpo do doador não fica mutilado, como muita gente pensa. É fundamental lembrar ainda que a idade não determina se alguém pode ou não ser um doador. Os pré-requisitos são os mesmos exigidos para um doador de sangue: não apresentar doenças contagiosas (a exemplo de hepatite e aids), câncer com metástase, leucemia e ter sido usuário de drogas. Mais informações sobre transplantes podem ser obtidas através do telefone 0800-281-2185.