Marcando a conclusão de um curso na área de odontologia, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) entregou no último dia 12/06, pela manhã, 20 equipamentos modernos utilizados para esterilizar aparelhos odontológicos, os chamados autoclaves. A solenidade, na sala de reunião, contou com a participação do secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes. Os autoclaves, além de serem mais rápidos que as estufas, permitem uma melhor qualidade de esterilização do material odontológico.

Na ocasião, o secretário salientou a interação “muito significativa” entre Estado e municípios, com o intuito de fortalecer a rede pública de saúde. “Tanto a capacitação, quanto a entrega dos autoclaves, não beneficia apenas os portadores do vírus da Aids, mas todos os pacientes que compõe o SUS”, declarou Jorge Gomes. “Essa é uma luta incessante que precisamos consolidar, ampliando os serviços e cumprindo o nosso papel”, acrescentou.

Presente também à solenidade, o coordenador estadual de Saúde Bucal, Oswaldo Negrão, salientou que as capacitações dos profissionais de odontologia, como as que foram realizadas antes da entrega dos autoclaves, deverão prosseguir. “A nossa previsão é que deveremos iniciar uma nova turma, com outros 20 municípios, já em agosto desse ano”, estimou o coordenador.

Diversos profissionais dos 20 municípios contemplados com os autoclaves foram capacitados pelo programa de saúde bucal, que incentivou os dentistas a adotar medidas de biosegurança e de prevenção contra infecção cruzada – quando o profissional é contaminado pela doença do paciente. Para evitar esse problema, recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual, assim como o uso dos autoclaves para esterilizar os aparelhos odontológicos.

“Alguns dentistas se recusavam a atender os pacientes portadores do vírus da Aids, alegando que não tinham os equipamentos necessários para fazê-lo”, disse a técnica do Programa Estadual de DST/Aids, Wilma Araújo. De acordo com o código de ética dos profissionais de odontologia, os dentistas não podem se recusar a prestar o atendimento, tampouco o portador do vírus da Aids precisa se identificar ao chegar a um consultório. “O dentista, no entanto, tem que manter um alto padrão de atendimento, respeitando as regras universais de biosegurança, que elimina o risco da contaminação e melhora a qualidade de atendimento para todos os pacientes, independentemente da questão sorológica”, acrescentou.



Autoclaves – A diferença entre o autoclaves e a estufa, máquina também utilizada para esterilizar os equipamentos odontológicos, reside justamente no tempo para completar a operação. Enquanto, na estufa, os aparelhos odontológicos levam cerca de duas horas para serem limpos, no autoclaves esse processo dura apenas 15 minutos. Além da eficiência na eliminação de bactérias, esporos, fungos e vírus, os novos equipamentos permitem que tecidos (como gazes e algodão) sejam esterilizados, procedimento que se torna inviável na estufa.

Ao todo, foram investidos mais de R$ 60 mil na compra dos aparelhos, verba garantida através de uma parceria com o Ministério da Saúde. Algumas máquinas já seguiram para os municípios de destino e, em breve, devem estar entrando em funcionamento.

No Recife, os hospitais Correia Picanço e Geral de Areias, ambos vinculados à rede pública estadual de saúde, deverão receber os equipamentos, além dos centros de saúde municipais da Imbiribeira e da Madalena. Com os aparelhos, os postos de saúde dos municípios de Afogados da Ingazeira, Goiana, Caruaru e Arcoverde, além de Camaragibe, Ouricuri, Garanhuns, Petrolina e Vitória de Santo Antão, passarão a ser referências municipais para o atendimento bucal de pacientes com Aids. Na lista de contemplados, também estão os municípios de Salgueiro, Paulista, Limoeiro, Jaboatão, Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Palmares.

Entre as autoridades municipais presentes à ocasião, o coordenador de Saúde Bucal de Olinda, Paulo César Santos, elogiou a organização do curso. “A capacitação nos proporcionou a discussão nos ambientes de trabalhado das questões ligadas à realidade epidemiológica e social do paciente portador de Aids”, afirmou o coordenador. “Apesar de ser simbólico, os autoclaves vêm garantir um atendimento de qualidade para os pacientes com e sem HIV”, acrescentou.