Depois da aprovação da Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que protege os direitos dos portadores de transtornos mentais, os esforços dos gestores em saúde mental estão todos voltados para a edificação de um serviço público moderno nesse setor. A criação de uma rede estadual integrada faz parte das exigências dessa lei, prevendo um bom funcionamento dos vários níveis de atenção, seja baixa, média ou alta complexidade. A implementação da lei e a saúde mental como um todo foi tema de um encontro no dia 06/07, no Hospital Ulysses Pernambucano. 

Coordenadores das 56 cidades pernambucanas de onde vêm o número mais expressivo de pacientes estiveram reunidos no encontro, que teve como objetivo sensibilizar os participantes sobre a necessidade de investimentos municipais no setor.

Referência para mais de 100 municípios do estado e RMR, o HUP dispõe de 160 leitos. “Como algumas cidades não possuem serviços como o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), eles acabam não tendo outra opção senão procurar o Ulysses”, diz Benvinda Magalhães, diretora da unidade, sobre a importância do hospital para o estado nesses 125 anos de atividades. “Mas para a rede estadual funcionar adequadamente, os municípios têm que estar preparados, com profissionais e equipamentos apropriados”, completa.

A diretora lembra que para atender aos princípios da reforma psiquiátrica, discutida desde a década de 80, faz-se imperativo que os municípios possibilitem atendimentos de baixa complexidade aos pacientes de transtornos mentais que não necessitem de internação, sejam em CAPS ou PSF. “Isso evitaria gastos extras dos pacientes com viagens e transtornos enquanto procuram pelo serviço em outra cidade, além de otimizar o atendimento do HUP, reduzindo o número de internamentos. O tratamento mais digno é o realizado na região onde o cidadão reside, perto da família e sem abrir mão do convívio social”, conclui Benvinda.