Comissão Intergestores Bipartite (CIB), órgão formado por gestores estaduais e municipais para discutir a situação da saúde em Pernambuco e planejar ações, reuniu-se nesta segunda-feira no auditório da Associação Médica de Pernambuco (Amepe), na Boa Vista. Uma dos assuntos de destaque abordados nesta sessão 208 da CIB/PE foi a epidemiologia da dengue.
 
A dengue foi destaque porque o Dia D de Prevenção e Mobilização de Combate da doença se realizará no dia 31 de março. Ficou definido que a ação deverá envolver, pelo menos, 50 municípios, dando tratamento prioritário para aqueles que tenham registrado recentemente o maior números de casos da doença.
 
De acordo com Cláudio Duarte, secretário executivo de Gestão e Vigilância em Saúde, os três primeiros municípios da lista daqueles classificados como prioritários na I Geres, que abrange a Região Metropolitana do Recife (RMR), são Abreu e Lima, Araçoiaba e Cabo de Santo Agostinho.
 
Em Pernambuco há circulação de três tipos de vírus dos quatro existentes no mundo, o DEN-1, DEN-2 e DEN-3. A existência de mais de um tipo da doença numa região reflete diretamente na incidência da dengue hemorrágica, uma vez que é pelo contato com mais de um dos tipos que ela pode surgir.
 
Pernambuco registrou surtos expressivos da doença nos anos de 1987, 1995, 1996 (onde ocorreu o primeiro caso confirmado de morte por dengue hemorrágica no estado), 1998 e 2002. Para entender a curva ascendente da doença que parece retomar fôlego há cada quatro anos, Cláudio Duarte chama atenção para a falta dos cuidados preventivos da população. “Além do clima propício para a proliferação da dengue, as condições estruturais e sócio-econômicas também dificultam o controle da doença. Por isso, a população não pode esquecer que a solução do problema depende da colaboração dela no combate e controle dos focos de mosquitos, coordenada, claro, pelos gestores em saúde”.
 
Parceria foi a palavra-chave das discussões acerca do tema, quando foi divulgada também a participação de representantes municipais, estaduais e do Ministério da Saúde (MS) na Oficina de Atuação do Dia D. Marcada para o dia 15 deste mês, também na Associação Médica de Pernambuco, o encontro definirá os recursos financeiros e humanos, e as ações e estratégias para o dia de maior importância na sensibilização do controle da doença.
 
Mas nenhum setor é mais importante nesse combate que o civil. “Precisamos disseminar no seio da sociedade a necessidade de ela ser também responsável pelo controle da dengue, permitindo a visita dos agentes de saúde em suas casas e colaborando com as ações municipais de combate”, finalizou Duarte, sobre a importância da população não esquecer dos cuidados básicos que acabam com os focos de proliferação e mantêm o mosquito longe das suas casas. A dengue é uma doença de controle municipal e, de acordo com o SUS, cabe às prefeituras o trabalho de desinfecção dos focos do mosquito transmissor.