Uma das mais antigas unidades em funcionamento no Estado, o Hospital Geral da Mirueira (HGM) completou, em agosto, 66 anos. A data, comemorada com um dia de atividades culturais, foi marcada também com a reinauguração da Praça Francisco Clementino Fraga e do Núcleo de Reabilitação Psicomotora.

Numa festa que contou com apresentações de corais, grupos de dança e culto ecumênico, os pacientes da unidade tiveram uma manhã cheia de atividades, que foi encerrada com um grande bufê. Bem diferente da imagem que temos de um hospital, a Mirueira é quase uma pequena comunidade. Referência estadual no tratamento da hanseníase e combate ao alcoolismo, a unidade tem 11,2 hectares de área e conta com campo de futebol, rádio própria, igreja, cine-teatro, praças e centro de estudos e dormitórios.

O investimento na qualidade de vida dos usuários é um dos pontos fortes do Hospital e pode ser percebido em detalhes aparentemente simples, como a criação e manutenção constante de áreas dedicadas ao lazer. A Praça Francisco Clementino Fraga, reinaugurada no aniversário da unidade, é um destes espaços: totalmente revitalizado, o espaço é agora mais uma opção para os pacientes desfrutarem momentos de descontração e a companhia de visitas.

Outra área reestruturada foi o Núcleo de Reabilitação Psicomotora, que agora recebe o nome do ex-diretor do HGM, Bertoldo Kruse. O núcleo oferece atendimento em terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia, serviço social e prevenção de incapacidade (trabalho com o estímulo do potencial produtivo dos pacientes de hanseníase).

O HGM tem 202 leitos distribuídos em oito unidades de internação. Na unidade, 250 funcionários são responsáveis por mais de quatro mil atendimentos de ambulatório, de diversas especialidades, como clínica médica, cardiologia, dermatologia, pediatria, psicologia, mastologia e ginecologia.

História - Fundado em agosto de 1941 como hospital colônia, o HGM recebeu internos de hanseníase com a estrutura de uma pequena vila, com área esportiva, capela, praça, dormitórios de solteiros e casados. Até meados da década de 80, vários pacientes tinham suas vidas completamente alteradas pela internação e afastamento da sociedade. Pelo risco de contaminação que a doença representava na época, essa prática era vista como a melhor medida a ser tomada na intenção de bloquear a transmissão do bacilo de Hansen, bactéria que ataca a pele, os olhos e os nervos.
                                                                                  Hoje, não há a necessidade de internamento ou alteração no cotidiano do doente. O tratamento é ambulatorial e feito através da poliquimioterapia (PQT), composta por três drogas antibióticas que atacam o bacilo e evitam o contágio. Em média, a doença demora de seis meses a um ano para ser completamente eliminada, o que exige que o paciente não interrompa o tratamento antes do prazo estipulado pelo médico. O medicamento pode ser adquirido nas unidades de saúde da família, os PSFs.