As mais recentes estimativas informam que, apenas no Estado de Pernambuco, surgirão esse ano mais 12 mil novos casos de câncer. Para aumentar o atendimento oncológico no Estado, considerando que existem uma grande demanda por esse tipo de serviço, a Secretaria Estadual de Saúde, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), está dando início ao projeto de transformar o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) na maior referência estadual para o tratamento da doença. O plano, que possui um custo total de R$ 8 milhões, já começa a sair do papel com a chegada de equipamentos de última geração para a unidade, que ao ampliar sua capacidade desafogará o Hospital do Câncer.

Na tarde do último dia 06/06 chegaram os equipamentos de radioterapia de última geração. Estão sendo entregues um moderno acelerador linear, uma máquina de telecobaltoterapia e um equipamento todo computadorizado de braqueterapia, além de um simulador em que o médico pode testar a eficiência do tratamento no paciente – toda a aparelhagem será comportada em um espaço ainda em fase de construção no Hospital. Em pleno funcionamento, o setor realizará 2 mil exames por ano.

“Existe uma demanda muita grande pela radioterapia no Estado. A importância da implantação desse serviço no Oswaldo Cruz, que faz parte de um grande projeto, é que ele irá beneficiar muitas pessoas”, afirmou o gerente-geral de Assistência à Saúde, Tiago Feitosa. A transferência da cardiologia do HUOC para o Procape, no final do ano passado, deixou livre uma área de 750 metros quadrados e 100 leitos, local onde está sendo erguida a nova construção destinada ao tratamento de pacientes oncológicos. Além disso, o plano prevê a implantação de 35 novos leitos, totalizando 135 vagas de internamento. O acordo também prevê o aporte de recursos federais para a reforma do setor de quimioterapia.

Atualmente, apenas o Hospital do Câncer de Pernambuco oferece gratuitamente a radioterapia no Estado, que consiste na utilização de diversas formas de radiação para o tratamento do câncer. Além dessa maneira, dependendo do quadro do paciente e da avaliação do profissional de saúde, podem ser combinadas a quimioterapia (o uso de químicos para extirpar o tumor) e o procedimento cirúrgico (a extirpação do câncer no corpo do paciente). A rede de rede estadual assistência ao câncer é composta pelos hospitais das Clínicas, do Câncer, Barão de Lucena, Hemope, Imip e Huoc. No interior do Estado, serviços de quimioterapia são oferecidos pelo Centro de Oncologia de Caruaru (Ceoc) e pela Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (APAMI) e instituições filantrópicas conveniadas ao SUS.

Incidência – De acordo com as estatísticas da SES, o câncer mata por ano uma média de 3.079 mulheres e 2.881 homens em Pernambuco. Nas mulheres, os tipos mais freqüentes são, na ordem decrescente, mama, colo, fígado e vias hepáticas. Nos homens, os números apontam para próstata, pulmão e estômago. De acordo com a estimativa feita com base em médica histórica, faixa etária, taxa de obesidade, fumantes, entre outros fatores, 12 mil novos casos serão diagnosticados no Estado em 2007.