Implantado há pouco mais de seis meses na rede estadual de saúde, o serviço de oxigenoterapia domiciliar, forma adicional de tratamento utilizada em portadores de doenças respiratórias que pode ajudar no aumento de expectativa de vida do paciente, está com menos da metade da sua capacidade de atendimento sendo utilizada.

O tratamento é inédito aos usuários do Sistema Único de Saúde do Estado e está sendo coordenado pelo Setor de Pneumologia do Hospital Otávio de Freitas que recebe os pacientes encaminhados de outras unidades de saúde, avalia a necessidade do tratamento e envia o aparelho chamado de Concentrador de Oxigênio para o domicílio do usuário. O serviço dispõe de 70 concentradores e está com 32 pacientes . "A grande maioria dos pacientes encaminhados não tem indicação de oxigenoterapia", aponta o pneumologista Vanildo Bayer.

Dr. Bayer orienta que testes como uma gasometria ou com um oxímetro de pulso ajudam no diagnóstico de indicação para a oxigenoterapia. São candidatos ao tratamento pacientes cuja saturação periférica de oxigênio for menor que 88% ou aqueles onde a pressão arterial de oxigênio for igual ou menor que 55mm de mercúrio. "Os testes devem ser feitos com o paciente em repouso e o tratamento só pode ser aplicado se não houver diagnóstico de infecção respiratória há pelo menos um mês", acrescenta o pneumologista. Só terá acessso ao serviço o paciente que já tiver indicação para o tratamento. Por isso, o agendamento deve ser feito pelo profissional que está acompanhando o paciente e não pelo próprio usuário. Para facilitar a orientação aos profissionais de saúde, o Setor de Pneumologia do HOF oferece um telefone de contato para esclarecimentos: 3252.8637.

A oxigenoterapia domiciliar representa um investimento mensal de R$ 300,00 por cada paciente. O tratamento é acompanhado por um fisioterapeuta e enfermeiro periodicamente. A oxigenoterapia prolongada é largamente utilizada, nos países desenvolvidos, em portadores de quadro grave da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A DPOC, como o próprio nome diz, não tem cura, aparece em pessoas que fumam ou fumaram. Antigamente era conhecida como bronquite crônica ou enfisema pulmonar. Estima-se que atualmente existam 50 milhões de adultos fumantes no Brasil. A DPOC atinge de 15% a 20% das pessoas que fumam. Portanto, calcula-se que, no país, existam 7,5 a 10 milhões de portadores da doença que pode trazer complicações pulmonares, cardiovasculares, neurológicas e outras.

O HOF é referência nos serviços de pneumologia e também de tisiologia (tuberculose) no Estado. O Setor de Pneumologia da unidade já teve um de seus trabalhos apresentados no Congresso Europeu de Pneumologia de 2005.

Requisitos para a Oxigenoterapia Domiciliar


Pacientes cuja saturação periférica de oxigênio for menor que 88%

Pacientes cuja pressão arterial de oxigênio for igual ou menor que 55mm de mercúrio

Os testes devem ser feitos com o paciente em repouso

Pacientes que não apresentam infecção respiratória há pelo menos um mês