A transmissão vertical do HIV, que se dá durante gestação, parto ou amamentação, é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil. Em Pernambuco, essa forma de transmissão é responsável por todos os 294 casos de Aids em crianças menores de 13 anos. Com o objetivo de reduzir essa cruel estatística, o Hospital Barão de Lucena implanta, a partir de hoje (14/03), o teste rápido para diagnóstico do vírus em sua maternidade, diminuindo de 24 horas para 10 minutos o tempo do resultado. O novo sistema possibilita aos profissionais de saúde agir de forma mais rápida e eficaz no bloqueio ao HIV durante o parto. 

Ontem (13/03), farmacêuticos, bioquímicos e biomédicos do HBL foram treinados por técnicos do Laboratório Central do Estado (Lacen) e do Programa Estadual de DST e Aids. A capacitação ocorreu no laboratório do HBL, que foi abastecido com os kits necessários para a realização do exame. Pernambuco foi um dos primeiros estados do Brasil a implantar a análise rápida, que foi desenvolvida a partir de pesquisas da Fundação Osvaldo Cruz, do Rio de Janeiro, e Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo. Na capital, o HBL e juntará ao o Hospital Agamenon Magalhães, também ligado à Secretaria Estadual de Saúde, que já disponibiliza o novo teste desde o ano passado. No Interior, ele é realizado nas maternidades de Limoeiro, Pesqueira, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Santa Maria da Boa Vista e Cabrobó.

O exame para diagnóstico rápido é uma importante ferramenta para as mulheres que não tiveram qualquer acompanhamento médico no pré-natal e dão entrada em uma maternidade já em trabalho de parto. Isso porque todas as gestantes que fazem pré-natal em uma unidade do SUS são submetidas ao teste. Atualmente, 33 maternidades de Pernambuco são integradas ao Projeto Nascer, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com a SES, que disponibiliza também medicamentos para as mães e leite para os bebês.

De acordo com as estatísticas, o risco de uma parturiente soropositiva não diagnosticada transmitir o vírus para o bebê é de 25%. Se o diagnóstico da doença for feito momentos antes do parto, a profilaxia com AZT para mãe e filho e a realização do parto cesariana reduzem a 6% a chance. Com um pré-natal bem feito, profilaxia durante o parto e suspensão da amamentação (o leite , é quase zero o perigo de transmissão.