Diante do período de festejos juninos, principalmente com a grande circulação de pessoas em cidades do interior de Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) faz um alerta quanto à prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais chama a atenção para a retomada de novos diagnósticos, especialmente de pessoas vivendo com HIV, com a desaceleração da pandemia provocada pela Covid-19. Nos últimos cinco anos, mais de 15,8 mil novos casos de infecção pelo HIV foram diagnosticados em Pernambuco, com variações de queda e nova elevação nos anos pandêmicos: em 2020 (2.681 novos casos), 2021 com 3.168 e 2022 com 2.950 novos diagnósticos. 

“Ao longo dos anos, o número de casos novos de pessoas vivendo com HIV vem aumentando. Tivemos uma redução do número desses diagnósticos que pode estar associada ao advento da pandemia, mas em 2021 essa detecção voltou a crescer, como demonstrava a tendência anterior ao ano de 2020. Em 2022 o número foi um pouco menor, provavelmente, porque as notificações ainda estão sendo inseridas no sistema oficial. Reforçamos a necessidade de maior adesão, por parte das pessoas, às estratégias de prevenção mais eficazes, que hoje, para além do preservativo, temos a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição -  e a PEP para os casos em que a exposição aconteceu e não houve uma prevenção adequada, uma profilaxia pós-exposição”, destaca a gerente do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais, Camila Dantas.

A gestora também chama a atenção para o crescimento dos casos de sífilis. A doença possui diagnóstico e tratamento gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de poder ser evitada a partir de relações sexuais com proteção, ou seja, com o uso de preservativo podendo ser o externo (masculino) ou interno (feminino). Nos últimos três anos, o quantitativo de novos diagnósticos se apresentou de forma significativa. Em 2020, primeiro ano da pandemia, foram registrados 4.676 novos casos, seguido por 7.730 casos em 2021 e 8.530 novos diagnósticos em 2022.  Outro ponto destacado são os casos de sífilis em gestantes que, por sua vez, podem acarretar a sífilis congênita, quando a transmissão é da mãe para o bebê durante a gravidez ou parto.

Com o foco nas festividades, acrescenta Camila Dantas, as pessoas estão mais vulneráveis às infecções sexualmente transmissíveis, pois existe ainda o grande fluxo de festas, de shows e grande acesso e consumo de bebidas alcoólicas, o que pode aumentar a vulnerabilidade da pessoa. “Pedimos que as pessoas se planejem para este momento onde pode haver exposição. A melhor coisa é procurar uma unidade presente em seu município e conversar com o profissional de saúde para entender a possibilidade de fazer uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), para prevenção do HIV, se essa for a mais indicada ao usuário. É importante lembrar que a PrEP protege apenas para o HIV e que para as outras infecções a melhor estratégia ainda vai ser o uso do preservativo”, frisa.

Desde o ano passado, em Pernambuco, médicos e enfermeiros de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) podem prescrever a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que consiste na tomada de uma medicação diária para prevenir infecção pelo HIV, desde que o usuário tenha um risco potencial para a infecção após análise do profissional que está fazendo o atendimento. Além dos médicos e enfermeiros, a partir de março deste ano, farmacêuticos também estão habilitados a prescrever essa profilaxia pelo SUS.

Já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), é indicada quando há uma falha no método de barreira (relações sexuais sem camisinha realizadas de forma consentida ou em caso de acidente com o uso do preservativo) ou caso de violência sexual. A utilização da PEP já faz parte da assistência em saúde voltada para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST), com acesso por meio dos Serviços de Atenção Especializada em HIV/Aids (SAE) e de unidades que façam o atendimento na modalidade 24h.

Doença viral que na maioria dos casos não apresenta sintomas e muitas vezes é diagnosticada muitos anos após a infecção, a hepatite B possui diagnóstico simples e rápido, com realização de testagem em unidades básicas de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. “É importante em caso de exposição a alguma IST, buscar os serviços de testagem presentes em todo o Estado para realização do diagnóstico da doença, que por não apresentar sintomas, em sua fase inicial, dificulta esta detecção em tempo oportuno.

De 2018 a 2022, em Pernambuco, 1.630 novos diagnósticos foram registrados. Para hepatite B o alerta vai além do uso de preservativo, pois para proteção existe vacina específica, disponível para qualquer faixa etária nos postos de saúde. Basta apenas levar a caderneta de vacinação e fazer a atualização”, finaliza a gerente do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais.