Desde o último dia 21 de julho, o Hospital Eduardo Campos (HEC), de Serra Talhada, passou a oferecer tratamento para os pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Uma novidade para o Sertão, que, até então, não contava com a assistência para a doença via SUS – sem custos para a população. A unidade de saúde prestou o primeiro atendimento a uma idosa, de 64 anos, residente do município de Triunfo.

A Síndrome de Guillain-Barré é uma forma de polineuropatia, que afeta vários nervos periféricos e da espinha dorsal. A doença provoca fraqueza, dormência e dificuldade respiratória. Acredita-se que a síndrome seja causada por uma reação autoimune. Em algumas pessoas, a SGB surgiu após infecção pelo vírus da Zika ou pela Covid-19.

O tratamento consiste na administração de Imunoglobulina Intravenosa (IgIV), substância que resulta da extração de anticorpos do sangue de doadores. Além do alto custo, o tratamento, até então, só era realizado no Recife, sendo necessário o deslocamento do paciente até a rede de assistência da capital. A primeira intervenção realizada no HEC contou com a garantia do conforto, da segurança e, possivelmente, do menor tempo de internamento, sem a necessidade de longa locomoção.

Os pacientes da emergência neurológica, que, após exames clínico e complementar, fecharem o diagnóstico para a síndrome, terão acesso ao tratamento. O atendimento ocorrerá por meio de demanda espontânea e através da Central de Regulação do Estado. O tempo de tratamento, vale ressaltar, pode variar de paciente para paciente.

“O tempo de uso da imunoglobulina é de cinco dias, mas o tempo de internamento depende da evolução clínica do paciente e da sua reabilitação”, explica Patrícia Queiroz, gestora geral do Hospital Eduardo Campos. Para esses cuidados, diversos profissionais estarão envolvidos, como neurologista clínico, equipe multiprofissional da enfermaria de neurologia e, quando necessário, equipe do Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com a garantia de pareceres de especialistas.