O período de chuva se aproxima, e com ele algumas doenças ganham força, como é o caso da Leptospirose. Devido a enchentes e alagamentos decorrentes das chuvas, entre maio e julho, os casos da doença, transmitida através da urina do rato, aumentam. Preocupada com esse quadro, a Secretaria Estadual de Saúde já está se mobilizando para sensibilização do tema junto aos profissionais de saúde e à população do Estado. Hoje, das 8h às 12h, no Centro de Estudo do Procape, em Santo Amaro, médicos e profissionais da saúde da rede pública e privada do Estado participam de uma atualização clínica em Leptospirose.

No encontro, serão abordados temas como o diagnóstico epidemiológico, a importância da notificação da doença, o diagnóstico laboratorial e conduta terapêutica para pacientes com leptospirose. “É importante enfatizar a observação dos sinais precoces, do diagnóstico e tratamento adequado da leptospirose, para que os médicos e profissionais de saúde possam ajudar a minimizar os sinais de agravamento da doença”, diz Lindanita Guerra, membro do Núcleo de Articulação e Políticas Assistenciais da SES, responsável, junto com a Gerência de Vigilância em Saúde, pela realização do evento. Além dessa atualização clínica, voltada para os profissionais, a SES irá distribuir cartazes informativos nos consultórios médicos e afixar cartazes nos ônibus da RMR, junto a EMTU. Haverá, também, distribuição de folders educativos nas unidades de saúde. O objetivo é alertar a população sobre a prevenção da enfermidade.

O médico e sanitarista Romildo Assunção acredita que é preciso ficar atento aos primeiros sintomas da doença. “Se o indivíduo entrou em contato com água de enchentes, ruas alagadas ou que tenham riscos ocupacionais de limpezas de esgotos e fossas, e apresenta febre, dores musculares (panturrilha), cefaléia, deve procurar o posto médico mais próximo de casa”. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais chance o paciente tem de se curar, e menor é o risco de morte. O período de incubação dura em média de 7 a 14 dias, que é justamente quando aparecem os primeiros sintomas. Esse período pode ser estendido até 30 dias. “As pessoas acabam se confundindo um pouco com sintomas de gripes e viroses, e aí se medicam em casa e só procuram o hospital quando a doença já está bem avançada”, diz Romildo.

Transmissão - A leptospirose é uma doença infecciosa, causada pela bactéria leptospira. O principal transmissor é o rato. Os seres humanos contraem a doença pela exposição direta ou indireta à urina dos animais infectados. A penetração da bactéria acontece através de pele lesada (com algum ferimento) ou pelas mucosas da boca, narinas e olhos. A doença pode se apresentar de forma leve, moderada e grave, e dependendo do quadro, o paciente pode ter complicações renais e pulmonares. Em Pernambuco, este ano, até o momento, foram confirmados oito casos da doença, com um óbito. Neste mesmo período do ano passado foram contabilizados seis, sem registro de óbito. O número de casos parece aumentar de acordo com o índice de chuvas, daí a necessidade de uma vigília constante, que pode começar dentro da própria casa. É preciso ficar atento aos ratos, ter cuidado com o armazenamento de alimentos, com o destino do lixo, limpeza da casa e quintal para não juntar entulhos e sujeira, que são fatores que facilitam a presença do roedor. Observar se há ratos nas ruas de seu bairro, e comunicar aos órgãos municipais responsáveis pela limpeza urbana. A leptospirose é uma doença grave e pode levar à morte.