A Secretaria Estadual de Saúde (SES) realizou no último dia 25/04, no auditório do Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), uma capacitação para pediatras de todo Estado, no tratamento e diagnóstico precoce da dengue hemorrágica. O evento foi aberto a todos os profissionais de saúde.
 
A dengue hemorrágica tem gerado bastante preocupação e, no último dia 18/04, foi enviada uma nota de alerta para todos os municípios solicitando às prefeituras, responsáveis pelo controle da doença, intensificação das ações de prevenção ao mosquito transmissor, agilidade na investigação dos casos e reforço da assistência médica aos pacientes.

A capacitação para pediatras surgiu de um estudo da SES, segundo o qual dos 58 casos suspeitos de dengue hemorrágica, notificados em 2007, 70% se referem ao grupo de faixa etária de 0 a 14 anos. De acordo com o levantamento, o grupo de maior risco é o que vai de 5 a 9 anos, que representa 38,6%, e dos 0 a 4 anos, com 22,81%.
 
Entre os municípios de maior incidência estão: Tabira (20 casos), Recife (11), Cabo de Santo Agostinho (4), Olinda (3) e Caruaru (3). Tabira tem preocupado bastante e, por isso, está sendo intensamente monitorada pelo Estado. Devido a falhas nas ações de controle da doença e deficiência na assistência médica por parte da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade também possui 114 casos suspeitos de dengue clássica, sendo 19 já confirmados.

Durante o treinamento, realizado em parceria com a Sociedade Pernambucana de Pediatria, médicos de postos de saúde, policlínicas e hospitais públicos e privados foram atualizados por especialistas em diagnóstico precoce, monitoramento e as formas corretas de hidratar os pacientes, entre outros assuntos.

Segundo os técnicos da SES, a incidência de dengue hemorrágica está associada à circulação de três tipos de vírus da doença (DEN-1 DEN-2 e DEN-3), ao período das chuvas e também ao descuido dos municípios na eliminação dos focos da doença e orientação à população.
 
Hemorrágica – Geralmente, a dengue hemorrágica é uma complicação da dengue clássica, devido à demora da família em levar a criança a uma unidade hospitalar, ou ocorre quando há a associação de dois tipos de vírus. Além de ter uma letalidade bem maior que o tipo clássico, a dengue hemorrágica se diferencia, quando acaba a febre, pelo aparecimento de sangramentos (podendo ocorrer vômitos de sangue), queda de pressão, lábios arroxeados, dores no abdômen e alternância de sonolência e agitação. Outros sinais, como febre, dor de cabeça, nos músculos e fraqueza. Para o tratamento da dengue hemorrágica, as referências do Estado são Hospital Barão de Lucena, Oswaldo Cruz e Imip.

Combatendo a dengue em casa:

- Mantenha bem tampados caixas d’água, cisternas, poços ou qualquer outro reservatório de água.
- Mantenha as lixeiras tampadas e secas. Nunca jogue lixo em terrenos baldios.
- Lave os bebedouros de animais com uma bucha pelo menos uma vez por semana e troque a água todos os dias.
- Cubra e guarde os pneus em locais secos, protegidos das chuvas.
- Guarde as garrafas secas de cabeça para baixo e não deixe no quintal objetos que acumulem água.
- Encha os pratinhos de planta com areia.