O que é: 

 

A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Quanto à origem, as DDA podem ser infecciosas e não infecciosas. Para a saúde pública, a de maior importância é a infecciosa, devido a sua maior frequência. As principais causas são: bactérias e suas toxinas, vírus, parasitos e toxinas naturais.

 

O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada agente etiológico. A transmissão pode ser indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares); transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas. Os manipuladores de alimentos e os vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão.

 

 

Sinais e Sintomas

 

-De modo geral, o quadro clínico é agudo, autolimitado, com duração de 2 a 14 dias, e não confere imunidade duradoura. As manifestações clínicas variam de acordo com o agente etiológico. Os episódios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta. 

 

-A diarreia aquosa é caracterizada pela perda de grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na consistência das fezes, podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.

 

-A diarreia sanguinolenta (disenteria) é caracterizada pela presença de sangue nas fezes, podendo haver presença de muco e pus. Sugere inflamação ou infecção do intestino. Outros sintomas podem aparecer como náuseas, vômito, febre e dor abdominal.

 

-Em geral, as complicações são decorrentes da desidratação e do desequilíbrio hidroeletrolítico. Quando não são tratadas adequada e precocemente, podem levar ao óbito, por choque hipovolêmico e/ou hipopotassemia. Nos casos crônicos ou com episódios repetidos, acarretam desnutrição crônica, com retardo do desenvolvimento ponderoestatural em crianças.

 

Medidas de Prevenção e Controle

 

-As medidas de controle consistem em: melhoria da qualidade da água, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar.

 

-A educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência de diarreia, é fundamental, orientando as medidas de higiene e de manipulação de água e alimentos. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais, penitenciárias, que podem apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas específicas.

 

-Considerando a importância das causas alimentares nas diarreias das crianças pequenas, é fundamental o incentivo a prorrogação do tempo de aleitamento materno, prática comprovada que confere elevada proteção a esse grupo populacional.