Novembro foi o mês escolhido para celebrar a Consciência Negra e evidenciar lutas e resistências dessa população contra o racismo, preconceito, discriminação racial e desigualdades sociais. A cada ano que se passa aumenta o número de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas no Brasil, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, os dados revelam que 56% da população brasileira se considera negra.


Diante disso, os cuidados e atenção especiais voltados para essa população, que é a maior do país, estão em evidência. No Hospital Otávio de Freitas (HOF), referência em dermatologia no estado, existe um ambulatório dermatológico específico para a pele negra.

O serviço existe há dois anos e atende pessoas de todo o território estadual que se autodeclaram negras ou pardas. O objetivo, segundo a médica dermatologista Jaci Santana, é oferecer um olhar voltado para as necessidades e especificidades desse tipo de pele e cabelo.

“A pele negra tem algumas peculiaridades, entre elas uma grande propensão ao aparecimento de manchas devido à grande quantidade de melanina, do tipo eumelanina. Por isso a importância da utilização do filtro solar como forma de prevenir manchas, envelhecimento e o câncer de pele, que também acometem pessoas negras”, afirma a especialista.

Jaci Santana reforça a importância da representatividade nesse serviço. “Somos poucos dermatologistas negros aqui no estado e no Brasil. Os pacientes buscam, além de um olhar voltado para suas necessidades, um dermatologista que os entendam, conheçam e se identifiquem”, conclui.

O agendamento para o ambulatório da pele negra é feito via regulação, abrangendo todo o estado de Pernambuco.