Durante duas semanas, mais de 50 agentes de saúde e de vigilância ambiental visitarão cinco localidades de Jaboatão dos Guararapes para promover o tratamento coletivo da filariose (conhecida como elefantíase). Ao todo, serão mais de 18 mil pessoas que receberão os medicamentos, gratuitos, de combate à doença. “É importante o poder de convencimento dos agentes para que a população faça o tratamento e para que o município de Jaboatão reduza os índices da doença nas localidades”, afirmou o coordenador do Projeto Sanar – Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas, Alexandre Menezes.
 
A ação, parceria da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e da Prefeitura de Jaboatão, consiste na entrega dos medicamentos nas comunidades de Alto Colina, Baixa da Colina, Quitandinha, Retiro e José Coelho Pereira. A dosagem do remédio é calculada de acordo com o peso do paciente, entre 4 e 65 anos. Toda a população local, independente de ter a doença, é tratada, com um quantitativo do medicamento dado anualmente, durante 5 anos.
 
Segundo o chefe do Núcleo da Esquistossomose e Filariose da Prefeitura de Jaboatão, José Holanda, é preciso fazer o tratamento da doença na fase inicial, para que se extinga o verme que pode causar a obstrução dos vasos linfáticos. “Depois que os vasos obstruem, não há reversão, apenas o trabalho paliativo para evitar fungos e bactérias na área atingida”, contou Holanda. No Brasil, apenas a Região Metropolitana do Recife (RMR) possui a transmissão ativa da filariose.
 
TRATAMENTO – A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o tratamento coletivo contra a filariose em localidades que atingem a prevalência de mais de 1% da população com a doença. Segundo José Holanda, em Jaboatão, o quantitativo é de 0,04 de positividade, mas há comunidades com 3%, como as visitadas. Em 2010, o município registrou 12 casos de filariose, sendo 7 nas localidades visitadas pela ação.
 
A DOENÇA - Causada pelo verme Wuchereria bancrofti, a filariose é transmitida pela picada de um mosquito e pode gerar deformidades nos membros inferiores, o que a faz ser conhecida como elefantíase. O homem é o único hospedeiro do verme. O exame para detectar a doença é conhecido como "fura-dedo", realizado à noite (a partir das 23h), quando as larvas estão nos vasos sanguineos periféricos. A doença atinge, em sua maioria, a camada mais pobre da população, que não tem recursos para buscar tratamento.