Profissionais de saúde de várias áreas do Hospital da Restauração (HR) participaram, na manhã desta quinta-feira (21/09), de um evento sobre doação de órgãos, no auditório da instituição. O encontro está dentro da programação do Setembro Verde, campanha de conscientização sobre o assunto, que contará ainda com uma ação educativa, voltada para pacientes, acompanhantes e visitantes do hospital, na próxima segunda-feira (25/09).

No evento desta quinta (21/09), além de aprender mais sobre os mitos e verdades relacionados à doação de órgãos, com o médico João Paulo Ribeiro, os profissionais assistiram a uma palestra sobre ‘Doação de Córneas’, na qual a enfermeira Brenda Bastos falou, entre outras coisas, sobre o funcionamento do Banco de Olhos, quem pode doar, como armazenar etc. O evento contou também com o depoimento do empresário André Stamford, de 58 anos, que passou por um transplante de fígado em 2020.

O paciente lembrou dos meses em que antecederam seu transplante, agradeceu aos profissionais de saúde e disse confiar no Sistema Nacional de Transplantes, do SUS. “Quando o seu órgão está falindo, nada mais importa, a vida parece perder o sentido. Eu, por exemplo, fiquei irreconhecível. Passei seis meses esperando meu novo fígado, e posso dizer que vocês, profissionais (de saúde), são muito importantes para os pacientes. Sobre a espera, eu digo que a fila é a fila, e não tem como ninguém passar na frente sem obedecer aos critérios que existem”, afirmou André.

O diretor geral do Hospital da Restauração, Petrus Andrade Lima, lembrou que qualquer pessoa pode depender do processo de doação de órgãos e tecidos, por isso, segundo ele, é importante discutir o assunto. Ainda de acordo com o diretor, que é médico, e já coordenou a equipe de captação de órgãos do HR/Imip, destacou também a relevância de as equipes de assistência entenderem o processo de doação de órgãos, para evitar, por exemplo, o descarte de um possível doador. “Quando a gente entende como funciona e documenta os detalhes sobre a situação do paciente, a gente garante o adequado funcionamento do sistema, que é muito bem regulamentado e organizado. Além disso, a gente pode evitar as negativas da família. À medida que a família se sente acolhida no atendimento, os parentes podem dar um retorno positivo, caso o paciente seja um possível doador”, afirmou Petrus.

DADOS - O HR registrou aumento no número de captação de órgãos, entre 2020 e 2022. O aumento foi de cerca de 45%. Em 2020, foram 145 notificações de Morte Encefálica (ME), das quais 69 receberam autorização da família para doação de órgãos. Em 2021, foram feitas 94 doações, do total de 209 notificações. No ano seguinte, em 2022, foram abertos 218 protocolos de morte encefálica, sendo realizadas 100 doações. Até agosto de 2023, o HR registrou 148 protocolos de ME, dos quais 60 receberam autorização da família do paciente para doação.