A realização de exames para o diagnóstico de cânceres é uma das principais formas de se detectar precocemente as neoplasias, aumentando as chances para um tratamento bem-sucedido e ampliando a possibilidade de cura. Nesse sentido, a Gerência de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reforça, neste mês do Outubro Rosa, a importância da detecção das neoplasias de mama e colo de útero, considerados os mais frequentes em mulheres de todas as regiões do país.

Para fomentar o tema, por meio do Núcleo Estadual de Telessaúde (NET-SES-PE), serão ofertadas webpalestras gratuitas voltadas para profissionais de saúde da Atenção Primária e também especializada. Nesta sexta-feira (02.10), ocorre a webpalestra “Câncer de Mama durante a Pandemia: Como conduzir?”, com a médica mastologista Claudia Pereira, das 14h às 15h (Link: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/teleducacao-ses-pe). Já na próxima sexta-feira (09.10) será a webpalestra “Câncer do colo uterino: um tumor passível de prevenção e cura”, com a médica ginecologista e obstetra Sandra Heráclio, das 10h às 12h (Link: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/ses-saude-da-mulher).

"Considerando que neste mês é celebrado o Outubro Rosa, que é uma campanha de conscientização para alertar as mulheres quanto à importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, chamamos atenção também para o dia 27 de outubro, o Dia Estadual de Combate ao Câncer de Colo do Útero. É bom lembrar que estamos desenvolvendo ações de promoção, prevenção e assistência, que prevêem informação para a população, educação em saúde para os profissionais, além da realização dos exames diagnósticos e reorganização da rede para o tratamento dos referidos cânceres", alerta a gerente de Atenção à Saúde da Mulher da SES-PE, Cleonúsia Vasconcelos. Em Pernambuco, no primeiro semestre deste ano, foram realizados 99,5 mil exames citopatológicos para detecção do câncer do colo do útero e 37,9 mil mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em geral, o risco do câncer do colo do útero é a partir dos 30 anos, aumentando entre os 50 e 60 anos. Diagnosticado precocemente, principalmente pelo exame citopatológico, também conhecido como exame papanicolau ou preventivo, são altas as chances de cura , podendo chegar a 100% nos casos iniciais. O exame é um rastreio para prevenir e diagnosticar essa neoplasia, uma doença de crescimento lento e silencioso, que é causado por infecções precursoras do Papilomavírus Humano (HPV) do tipo oncogênico.

O Ministério da Saúde (MS) recomenda que o exame citopatológico seja feito anualmente, e que só após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, passe a ser feito a cada três anos.  O procedimento é indolor e consiste na coleta de material da superfície externa e interna do colo do útero. Após a coleta, as células são analisadas em laboratório.

Entre as formas de prevenção para doença está a diminuição do risco de contágio pelo HPV. A transmissão da infecção ocorre por via sexual, porém o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.  Além disso, no Brasil, o SUS disponibiliza a vacina contra o vírus HPV, que é o principal causador da doença. A imunização está disponível na rede pública para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Já a recomendação no Brasil para detecção precoce do câncer de mama é a realização da mamografia de rastreamento em mulheres entre 50 e 69 anos, sem sinais e sintomas da doença, a cada dois anos. Em mulheres a partir de 40 anos, recomenda-se o exame clínico das mamas anualmente e a mamografia em caso de alteração no exame clínico. Essa é também a rotina adotada na maior parte dos países que implantaram o rastreamento do câncer de mama e tiveram impacto na redução da mortalidade por essa doença.

No SUS, as mamografias de rotina fazem parte dos serviços prestados pela Atenção Primária, gerida pelos municípios, contudo, desde 2012, a SES-PE complementa a rede. Pelo Estado, há oferta de mamografia em serviços hospitalares com marcação direta e as que são ofertadas aos municípios pela Regulação. Além das clínicas conveniadas, a Regulação também faz o agendamento para os municípios nas Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs).

INCA - A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), com relação aos principais tipos de câncer na população brasileira, revela que a elevada incidência do câncer de mama e colo do útero ainda representa um grave problema de saúde pública, sendo os mais incidentes em mulheres. Em Pernambuco, as estimativas para cada ano do triênio 2020-2022 são de 2,3 mil casos novos de câncer de mama com uma taxa bruta de 47,86 casos a cada 100 mil mulheres e 730 casos novos de câncer do colo útero com uma taxa bruta de 14,64 a cada 100 mil mulheres.