Atenta ao período de sazonalidade para ocorrência das arboviroses, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reuniu profissionais de saúde que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais da rede estadual e que estão localizadas na I macrorregião de saúde para ‘Oficina para Atualização em Manejo Clínico de Pacientes com Suspeita de Arboviroses’. A Oficina aconteceu durante a manhã desta sexta-feira (26/05), no auditório da SES-PE, no Recife.

As atuais condições climáticas, que unem o aumento da temperatura e a ocorrência de chuvas favorecem o surgimento e a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Tais condições contribuem para elevação do número de casos notificados nos territórios.

Em março deste ano, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico chamando atenção para o aumento no número de casos e óbitos por chikungunya nas Américas, em 2022, e indicou a manutenção desta tendência durante as primeiras semanas de 2023.

Até a semana epidemiológica 20 (20/05/2023), foram notificados 12.787 casos de dengue; 3.198 casos de chikungunya e 503 casos de Zika. Quando considerada a taxa de incidência de casos por 100 mil habitantes, o a taxa mais elevada é para os casos de dengue: 132,2 casos por 100 mil habitantes para dengue; 33,1 casos por 100 mil habitantes para chikungunya e 5,2 casos por 100 mil habitantes para Zika.

Em relação a confirmação de casos, até o momento os números são os seguintes: 1.281 para dengue, 326 para chikungunya e nenhum caso confirmado de zika. No mesmo período, foram confirmados dois óbitos por chikungunya no Estado, de residentes das cidades do Recife e do Paulista.

“Buscamos o fortalecimento das ações nos serviços de assistência, com o intuito de contribuir para o planejamento das unidades e oportunizar o manejo clínico adequado, reduzindo, consequentemente, a evolução dos quadros dos pacientes para casos graves e óbitos”, destaca a gerente de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses da SES-PE, Ana Márcia Drechsler.

O médico infectologista, Raphael dos Anjos, apresentou o tema principal da oficina reforçando para os profissionais os aspectos e os sintomas que cada arbovirose apresenta no corpo do paciente. “Destacamos a dengue como uma doença grave que se apresenta com quadros de febre aguda e de amplo espectro clínico. Embora algumas pessoas sejam assintomáticas e até mesmo apresentem a doença de forma leve, não podemos esquecer que a dengue, de modo geral, é uma doença grave”, destacou.

Especificamente sobre o mosquito Aedes aegypti, o infectologista reforçou os hábitos e a forma de combater a proliferação deste. “O Aedes aegypti possui hábitos diurnos e vespertinos e seu óvulo pode sobreviver por até 1 ano e meio ficando alojado nas paredes internas de recipientes/depósitos e quando em contato com a água eclodem dando origem ao mosquito. É importante não apenas esvaziar baldes, garrafas e demais recipientes, mas também é necessário realizar o esfregaço desses locais para eliminar o óvulo”, completou.