Pernambuco ocupa, atualmente, o quarto lugar no Brasil em taxa de incidência de tuberculose (50,4 casos por 100 mil habitantes em 2013) e o segundo lugar em mortalidade (3,8 óbitos por 100 mil habitantes). Anualmente, são registrados, em média, 4,5 mil novos casos no Estado, com uma média de 350 mortes. Entre as capitais brasileiras, Recife é a terceira em taxa de incidência (104,8 casos por 100 mil habitantes em 2013) e a primeira em número de óbitos.
 
Para chamar a atenção do público para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24/03), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) mobilizou os municípios em torno do slogan “Tuberculose: diagnosticar, tratar e curar”. A campanha tem como objetivo alertar a população a respeito desse grave problema de saúde pública, divulgando e orientando sobre os sinais e sintomas da doença, favorecendo o diagnóstico precoce e propiciando acesso ao tratamento adequado em tempo hábil.
 
Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho, entre outros municípios pernambucanos, irão realizar atividades de mobilização social e busca ativa de casos, além de palestras e capacitações, a partir desta segunda-feira (23/03). O Estado irá apoiar as atividades, por meio do Programa de Controle da Tuberculose e do Programa Sanar, que faz o enfrentamento a sete doenças negligenciadas, entre elas, a tuberculose.
 
“É importante que a população fique atenta aos sintomas clássicos da tuberculose, como tosse persistente, febre vespertina, sudorese noturna, falta de apetite  e emagrecimento. Pessoas que apresentem tosse por três semanas ou mais são suspeitas de ter a doença e deverão procurar um serviço de saúde mais próximo para a avaliação clínica  e realização de exames. Todo o tratamento, que dura em média,  seis meses, é gratuito”, afirma a Coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da SES, Cândida Ribeiro.
 
A coordenadora ainda ressalta que o frequente abandono ao tratamento, além de impossibilitar a cura, pode ocasionar resistência aos medicamentos preconizados. Atualmente, Pernambuco registra uma taxa média de abandono ao tratamento de 11%, enquanto que o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) é abaixo de 5%.
 
“Nossa referência para pacientes que apresentam algum tipo de resistência às drogas é o Hospital Otávio de Freitas e ambulatório do Hospital das Clínicas. Em relação aos pacientes coinfectados com HIV, a referência é o Hospital Correia Picanço. Já os casos que não apresentem qualquer intercorrência devem ser acompanhados nas Unidades Básicas de Saúde”, frisa Cândida.
 
A DOENÇA
 
A tuberculose, doença curável e com tratamento gratuito, afeta, principalmente, os pulmões, existindo também na forma extrapulmonar (não contagiosa): ganglionar periférica, pleural, cutânea, oftálmica, renal, meníngea, entre outras, sendo transmitida pelo bacilo de Koch. A forma pulmonar bacilífera (contagiosa) é a mais relevante em saúde pública por ser a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. A busca ativa do sintomático respiratório constitui-se na principal estratégia de controle da tuberculose, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares.
 
DADOS
 
Número de casos novos de tuberculose em PE:
 
2012 - 4525 casos
2013 – 4692 casos
2014 – 4572 casos (dado sujeito a alteração)
(Fonte: SINAN/PE)
 
Municípios com o maior número de casos registrados em PE:
 
             Recife   Jaboatão    Olinda   Paulista    Caruaru
 
2012      1612         425        328       168           127
2013      1686         398        317       192           121       
2014      1588         394        293       150           164 (dados sujeitos a alteração)
(Fonte: SINAN/PE)
 
Percentual de cura em PE*:
 
2011 – 72,1%
2012 – 72,2%
2013 – 66,2% (dados sujeitos a alteração)
2014 - banco de dados ainda em aberto
(Fonte: SINAN/PE)
 
* Preconiza-se uma taxa de cura de, pelo menos, 85% dos casos.
 
Óbitos por tuberculose:
 
2011 – 360
2012 – 379
2013 – 351 (dados sujeitos a alteração)
(Fonte: SIM/PE)