A VIII Gerência Regional de Saúde (Geres), com sede em Petrolina, recebeu a visita, nesta quinta-feira (30.03), do pesquisador do Swiss Tropical Institute and Public Health da Universidade da Basel, na Suíça, e coordenador internacional do projeto PEP-hans, Peter Steinmann, e da professora da Universidade do Estado de Mato Grosso e coordenadora científica do projeto PEP-hans, no Brasil, Eliane Ignotti. Os dois foram recebidos pela gerente regional, Aline Jerônimo, e equipe. Na oportunidade, os pesquisadores apresentaram as diretrizes do projeto aos coordenadores de Atenção Básica e de Vigilância dos municípios integrantes da regional na primeira reunião integrada.

O PEP-hans é um projeto iniciado em 2016, com apoio do Ministério da Saúde (MS), por meio da Organização Pan Americana de Saúde, que atualmente vem sendo apoiado pela Fundação Novartis em parceria com as Secretarias de Saúde dos Estados do Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins e secretarias de Saúde dos 17 municípios selecionados.  As atividades relativas ao Projeto PEP-hans (Profilaxia Pós Exposição) para os contatos de hanseníase por meio da administração de rifampicina em dose única e vacina BCG. Para o estado do Tocantins, foram selecionados os municípios de Araguaína e Colinas do Tocantins por apresentarem programas de hanseníase estruturados entre outras características necessárias à implementação do Projeto.

Com a estratégia de ampliar a cobertura de exames e reduzir o risco de adoecimento entre os contatos domiciliares, de vizinhança e sociais dos casos novos de hanseníase diagnosticados em 2015, 2016 e 2017, o projeto-piloto tem como objetivo avaliar a operacionalidade desta proposta e a efetividade da intervenção na rotina dos serviços de saúde.

Trata-se de pesquisa operacional sendo realizada concomitantemente em outros sete países endêmicos, além do Brasil (Índia, Indonésia, Myamar, Sri Lanka, Tanzania, Nepal e Cambodja). Está sendo adotado como uma intervenção adicional para diminuir a transmissão da doença, tendo em vista evidências científicas de redução do risco de adoecimento nos grupos mais vulneráveis. Para tal, ações de capacitação dos profissionais de saúde estão sendo promovidas, associadas à elaboração de um sistema de informação específico para registro e monitoramento dos dados. Na VIII Regional de Saúde, os profissionais elogiaram a qualidade dos serviços prestados à população em relação ao programa de hanseníase e ao projeto PEP-hans e novas estratégias para continuidade do projeto.

Período para realização das ações – As atividades iniciadas em fevereiro de 2016 estão programadas para encerrarem ao final do ano de 2017 e posterior avaliação em 2018.  

Hanseníase - A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade). A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas.

Toda intervenção com enfoque na busca ativa de casos novos para diagnóstico oportuno, tratamento e cura da hanseníase, visa a redução da carga da doença e avanço do processo de eliminação deste agravo como problema de saúde pública.