O arquipélago de Fernando de Noronha vai iniciar o processo de reabertura para o turismo a partir do próximo dia 1º de setembro, quando começam a ser permitidas as visitas de turistas que tiveram diagnóstico de Covid-19 e já estão comprovadamente curados. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (27.08), pelo Governo de Pernambuco, que também autorizou – após análises feitas pelo Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 – a retomada do comércio de praia e a reabertura dos museus e espaços de exposições, a partir da próxima segunda-feira (31.08), sempre seguindo novos protocolos de higiene, saúde e comunicação.

A medida representa o avanço para a Etapa 8 do Plano de Convivência com a Covid-19 nos municípios da Macrorregião de Saúde 1, que contempla a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata. Além disso, os escritórios localizados nessa área do Estado poderão voltar a operar com 100% da capacidade. “Nesta primeira etapa de reabertura, vamos autorizar a entrada dos turistas em Fernando de Noronha respeitando um protocolo para aqueles que já tiveram a Covid-19. Ou seja, o turista que teve a doença e já está curado vai poder voltar a frequentar Noronha a partir do dia 1º de setembro”, explicou o administrador da ilha, Guilherme Rocha, em entrevista à imprensa no Palácio do Campo das Princesas.

Segundo ele, antes de desembarcar será exigido do turista a apresentação de exames, seja o RT-PCR positivo realizado há mais de 20 dias, seja o exame sorológico (IgG) positivo, que indica a presença de anticorpos contra a Covid-19. Os exames serão encaminhados à Administração, juntamente com o pagamento da Taxa de Permanência (TPA), que a partir de agora só será feito via online, reforçou Guilherme Rocha

Por sua vez, o secretário de Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, esclareceu, na entrevista, os protocolos para reabertura do comércio nas praias na RMR. “É importante ressaltar que as prefeituras terão que fiscalizar o comércio de praia, para que sejam respeitados os protocolos. Teremos uma área de 4m x 4m para cada conjunto com um guarda-sol e quatro cadeiras, em respeito aos consumidores e turistas e aos prestadores de serviço. Os frequentadores e comerciantes têm a obrigação de usar máscaras”, advertiu Lopes, adiantando que a liberação do comércio vai aquecer a economia local, beneficiando 35 mil pessoas. Somente na área compreendida entre Recife e Jaboatão serão 815 pontos de comércio.

A Macrorregião 2 – que engloba a IV Gerência Regional de Saúde (Geres), no Agreste, e tem Caruaru como cidade polo – vai passas para a Etapa 7 do Plano de Convivência com a Covid-19. Os serviços de alimentação e shopping centers poderão ampliar seu horário de funcionamento para as 22h. Até o momento, esses estabelecimentos funcionam das 10h às 20h (centros de compras) e das 6h às 20h (alimentação). O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, na entrevista desta quinta-feira.

Na mesma Macrorregião 2, a cidade de Garanhuns e os demais municípios que integram a V Geres continuarão na Etapa 6 do Plano de Convivência. Na região, já estava autorizado o funcionamento de serviços de alimentação, com 50% da capacidade, além de academias de ginástica, Feira e Polo de Confecções, com novos protocolos. Nessa etapa, também estava autorizada a reabertura dos shoppings e comércio varejista de rua, com limite de 10 metros quadrados para cada cliente.

Também não haverá avanço das regras de flexibilização, na próxima semana, para as Macrorregiões 3 e 4, que contemplam as seis regionais de saúde das cidades do Sertão. As IV, X e IX Geres – que têm como cidades polo Arcoverde, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada, respectivamente – seguem na Etapa 6. Já a Macrorregião 4 permanece dividida: a VII e a VIII Geres, nas regiões de Salgueiro e Petrolina, respectivamente, continuam na Etapa 6, enquanto a IX Geres, em Ouricuri, permanece na Etapa 4.

O Governo de Pernambuco reforçou que o cronograma é dinâmico e a aplicação de novas regras para evitar a disseminação da Covid-19 depende dos dados epidemiológicos registrados pela Secretaria Estadual de Saúde. Para conferir os setores que já tiveram autorização para funcionar, com novos protocolos, é só acessar o site www.pecontracoronavirus.pe.gov.br.

TRANSMISSÃO DA DOENÇA - Para efetivação das etapas do plano de convivência, vamos fatores estão sendo levados em conta, inclusive a taxa de contágio - número de pessoas para qual cada paciente infectado transmite a doença. Segundo o secretário André Longo na coletiva, atualmente, a média estadual está em 0,87.

Mesmo quando se analisa o dado de forma regionalizada, já que há uma questão heterogênea em Pernambuco, o gestor reforça que que todas as regiões estão com o indicador abaixo de 1. As maiores taxas são no Sertão, na área da X Gerência Regional de Saúde (região de Afogados da Ingazeira), com 0,97; e na IX Geres (Sertão do Araripe), com 0,83.

"Os avanços no plano de convivência só estão sendo possíveis pelos indicadores de saúde. E eles são um reflexo das ações do poder público, mas, primordialmente, das atitudes de cada um de nós quando retomamos as atividades a que nos propomos e ao rígido seguimento dos protocolos para cada uma dessas atividades. Apesar de estarmos conseguindo dar passos a frente, o momento ainda exige muita cautela e não nos dá o direito de relaxar. O vírus continua circulando e nós precisamos adotar os cuidados na retomada desse plano de convivência. Nunca é demais reforçar: usar máscara corretamente, cobrindo a boca e o nariz, sempre que sair de casa; lavar as mãos com frequência, utilizar álcool em gel, quando disponível, e adotar o distanciamento social são atos fundamentais para evitar o contágio e demonstram o cuidado que temos com a saúde de todos, a nossa saúde e a saúde do próximo. Só com cada um fazendo a sua parte será possível salvar mais vidas e também avançar no plano de convivência", frisou Longo.

MENOS ÓBITOS - Na noite da quarta (26.08), o Ministério da Saúde (MS) divulgou boletim epidemiológico que aponta para a redução dos indicadores da Covid-19 em Pernambuco. De acordo com o órgão federal, no Nordeste, houve uma queda de 14% nos casos da doença da semana passada (semana epidemiológica 34) em comparação com a anterior (SE 33). Especificamente em Pernambuco, a variação foi ainda maior: uma redução de 18%.

Em relação aos óbitos, o MS analisou pela data de inclusão do caso nos informes epidemiológicos dos Estados, apontando uma estabilização. Com isso, foram 1.449 mortes na semana 34 e 1.520 na semana 33, uma leve redução de 4,6% Em Pernambuco, a variação para menos foi de 18%.

Em relação aos óbitos, a SES-PE reforça que a métrica utilizada pelos epidemiologistas levam em conta a data de ocorrência do falecimento. A partir desse parâmetro, a redução das mortes no Estado foram de 23% na comparação das semanas epidemiológicas 33 e 34.

Foto: Heudes Regis/SEI