Pernambuco recebeu na manhã da última quarta (08/12), e irá distribuir aos municípios nesta sexta (10/12), 19.450 doses da vacina da Janssen para iniciar a dose de reforço contra a Covid-19 naqueles que fizeram a primeira aplicação com esse imunizante. Contudo, esse quantitativo vai atender apenas 11,2% dos 173.073 pernambucanos imunizados anteriormente com a Janssen. Por isso, quando o insumo acabar, a orientação é dar continuidade ao reforço com dose da Pfizer. A autorização é baseada em recomendação do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação e também leva em consideração a falta de previsão pelo Ministério da Saúde (MS) para envio de mais insumo da Janssen para o Estado. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa desta quinta-feira (09/12).

"Precisamos acelerar o reforço daqueles que tomaram uma dose da Janssen. Com a indisponibilidade do insumo para todos, será possível fazer o reforço com a Pfizer. Alguns pernambucanos já completaram 5 meses da primeira aplicação, sendo indispensável, de acordo com os estudos, aumentar os níveis de anticorpos no organismo, ampliando a proteção contra a Covid-19", afirma a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo. Frisa-se que o esquema heterólogo também garante a imunização do indivíduo, conforme comprovação de estudos científicos.

Pessoas que foram vacinadas com dose única da Janssen e já tomaram um reforço da Pfizer não precisarão de mais uma dose da Janssen, tendo seu esquema vacinal considerado completo.

IMUNIZAÇÃO - Durante a coletiva, o secretário estadual de Saúde, André Longo, ainda comemorou a marca de 14 milhões de doses de vacinas aplicadas em Pernambuco. "Sem dúvida, é um número muito expressivo. Mas ainda é pouco frente ao risco que corremos de um novo pico da doença. Até fevereiro e março, historicamente nosso período de maior incidência de doenças respiratórias, precisamos alcançar patamares acima de 90% na vacinação completa, bem como percentuais elevados de aplicação da dose de reforço", ratificou.

Além da segunda dose, o gestor destacou a importância do reforço. "As evidências apontam que ao longo do tempo, o organismo vai perdendo a memória imunológica, o que diminui a proteção da vacina ao passar dos meses. Mas nós precisamos chegar no começo de 2022 com a população pernambucana com níveis altos de anticorpos no organismo", concluiu.

COMPROVAÇÃO VACINAL - Longo ainda lembrou que o aeroporto de Fernando de Noronha, cuja fiscalização sanitária fica a cargo da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), vem exigindo a comprovação vacinal para entrada na ilha. O gestor aproveitou para apoiar as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o Governo Federal mude as exigências para a entrada no país, com a cobrança do comprovante de vacinação para turistas e viajantes.

"Em meio ao surgimento de uma nova variante e muitas incertezas, esta é uma medida fundamental para proteger e garantir maior proteção para a nossa população. e, como sempre ressalto: as vacinas são as nossas principais aliadas na proteção da vida".  

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA - Durante a coletiva de imprensa, que contou com jornalistas presencialmente e também foi transmitida pelo YouTube, o secretário estadual de Saúde, André Longo, informou que Pernambuco mantém um cenário de estabilidade nos indicadores da Covid-19. Em relação às ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) na semana epidemiológica 48, foi registrado o menor número de notificações das últimas quatro semanas. Ao todo, foram 371 casos, uma queda de 8% em uma semana e de 4% em 15 dias.  

Já a Central de Regulação recebeu 227 pedidos por vagas de UTI, uma leve oscilação de 3% para mais com a semana anterior e uma redução de 10% em 15 dias.

"Como venho falando nas últimas semanas, apesar deste cenário de estabilidade e de vivermos um momento de maior tranquilidade em relação à doença, não podemos ter a falsa sensação de que a pandemia acabou. Ainda temos, neste momento, 452 pacientes internados nos leitos de terapia intensiva voltados para quadros respiratórios nas redes pública e privada. E, pelo risco da introdução de uma nova variante e diante do recrudescimento da doença na Europa, a Covid-19 está provando que ainda é uma grave ameaça. Por isso, precisamos manter os cuidados e, fundamentalmente, avançar ao máximo com a vacinação", reforçou Longo.

CRIANÇAS - A espera pela autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vacinação de crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer também foi abordada durante a coletiva de imprensa da Saúde. A fabricante aguarda retorno sobre a análise do órgão federal para uso da vacina nesse público.

"A vacinação de crianças contra a Covid-19 é uma questão fundamental. Esse processo já está ocorrendo em outros países, o que deixa o Brasil muito atrasado. Precisamos de mais celeridade nos estudos sobre a aplicação dos imunizantes da Pfizer e a Coronavac no público de 5 a 11 anos", pontuou o secretário André Longo.