Respaldada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabeleceu o período 2011-2020 como a Década de Ação para Segurança Viária, com meta de reduzir em até 50% o número de mortos e feridos por consequência dos acidentes de trânsito, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentou, na manhã desta quinta-feira (01/12), o projeto Operação Lei Seca (OLS), que o Estado implanta, agora, como política permanente.
 
A partir de hoje, a Região Metropolitana do Recife (RMR) contará com seis pontos de fiscalização, envolvendo, em uma ação conjunta, 141 profissionais da SES, Detran e Polícia Militar. “Entendemos essa operação de uma forma mais ampla, por isso vamos atuar em duas grandes frentes: educação e fiscalização. Nosso principal objetivo é salvar vidas, mas também não vamos deixar de aplicar a lei. Entre as causas externas, os acidentes de trânsito representam hoje a principal causa de morte em Pernambuco. É uma epidemia. Com a Operação, vamos mais que triplicar os pontos de fiscalização”, pontuou o secretário Antonio Carlos Figueira.
 
A Lei Seca pretende realizar 42 operações semanais, totalizando 150 veículos fiscalizados em seis horas de operação, por equipe. Com isso, espera-se que por dia sejam feitas 900 abordagens. Para material e locação foi anunciado um investimento de R$ 4.177.000,00 e para recursos humanos um valor de R$ 3.778.002,00. De acordo com o Major André Cavalcanti, coordenador executivo da OLS, a Operação também atuará em datas do calendário turístico do Estado, como Festival de Inverno, Semana Santa, Missa do Vaqueiro, entre outras.
 
A fim de sensibilizar os condutores, a Operação traz um programa educativo. “Teremos nas ruas a presença de educadores que foram vítimas de acidentes de carros. Elas são testemunhas do grande malefício que causaram ou que sofreram, quando houve a associação de álcool e direção. Das seis equipes que irão fazer a fiscalização nas ruas, em duas haverá educadores portadores de deficiência física”, frisou o secretário.
 
Entre os educadores está Alexandre Pereira do Nascimento, 33 anos. Em uma cadeira de rodas, ele relembrou a madrugada do dia 20 de março de 2004, quando, ao sair de uma festa, no município de Paulista, cochilou enquanto pilotava a moto. "Eu estava embriagado e acabei dormindo. Quando me dei conta já estava no chão. A queda comprimiu minha medula espinhal e perdi o movimento das pernas.Tenho certeza que meu depoimento ajudará a conscientizar as pessoas. Acho que essa abordagem será muito eficiente, já que existirá um contato direto com nossas histórias", disse Alexandre. A SES disponibilizou telefone para sugestões, dúvidas e reclamações: 0800-286-2828.