Invaginação basilar. Esse é o nome técnico para a má formação óssea que passa a ser combatida pelo mais novo procedimento cirúrgico realizado no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. Com o custo aproximado entre R$ 15 mil e R$ 20 mil reais, em clínicas particulares, o tratamento evitou que Gercino da Silva, 45, tivesse de se deslocar do interior do estado para o Hospital da Restauração, referência nessa cirurgia, ou que desenvolvesse futuras seqüelas motoras.

A saúde do paciente estava comprometida pelo crescimento exagerado de parte óssea da segunda vértebra, que estava comprimindo o início da medula. “Ele já alegava dores e dormências nos membros inferiores e superiores”, conta Airton Vieira, cirurgião buco-maxilo-facial. O procedimento contou ainda com dois neurocirurgiões, responsáveis pela raspagem do osso da coluna, Mauro Monteiro, chefe de neurologia do HRA, e Marcelo Frota.

A técnica, usada pela primeira vez na unidade, consiste no acesso ao osso com problemas por uma incisão feita na boca do paciente, onde se tem acesso à base do crânio. “Além de não deixar cicatriz externa, esse procedimento, o acesso transmaxilar, gera uma melhor recuperação e menor risco de infecção”, explica. A cirurgia por acesso externo, além de deixar marca, precisa afastar parte do cérebro para poder realizar a raspagem.

O médico explica ainda que a recuperação pode levar de cinco a sete dias. Gercino ainda não está falando normalmente porque teve que fazer uma traqueostomia, pois não poderia respirar pelo nariz ou boca durante a operação. O sucesso da cirurgia, que demorou mais de seis horas, mobilizou os médicos para marcar os próximos dois procedimentos em casos de invaginação basilar, tornando o HRA em mais uma unidade do SUS a ofertar o serviço, só que no interior do estado.

Contato: Airton Vieira (cirurgião buco-maxilo-facial) – 9104-6887