Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que os cânceres de mama e do colo do útero continuarão sendo os que mais atingirão as mulheres no biênio 2016/17. Para discutir o tema, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) promoveu, nesta quarta-feira (26.10), o seminário Oncologia e Saúde Sexual da Mulher. A palestra contou com a presença da médica ginecologista especialista em sexualidade humana, Jane Barros.
 
Voltado para profissionais de saúde e mulheres com histórico de câncer ginecológico, o evento faz parte da programação da campanha internacional do Outubro Rosa e antecipa o Dia Estadual de Combate ao Câncer de Colo do Útero, lembrado no dia 27 de outubro.
 
“Devido ao elevado número de casos, o câncer de mama é um dos mais temidos pelas mulheres e traz profundos efeitos psicológicos, prejudicando a autoimagem e até mesmo a percepção da sexualidade, já que muitas acreditam que, pela doença, deixam de ser atraentes”, lembra a gerente de Atenção à Saúde da Mulher da SES, Letícia Katz.
 
O tratamento pode ocorrer de diversas formas. A radioterapia e a cirurgia são utilizadas para intervir no local da lesão; já a quimioterapia, a hormonioterapia e a terapia biológica são focadas no tratamento sistêmico, muito indicado em caso de metástase. A cirurgia pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor ou mastectomia, retirada total ou parcial da mama.
 
A mastectomia é uma intervenção temida e que, por fazer parte do tratamento, interfere no estado físico, emocional e social, resultando na mutilação de uma região do corpo que desperta libido e desejo sexual. Além dessa dimensão que simboliza a sexualidade, as mamas ainda são relacionadas à importante função da maternidade, a amamentação.
 
A sexualidade das mulheres também pode sofrer com o câncer de colo do útero, devido aos efeitos adversos que o tratamento e a doença podem acarretar, como sangramentos, dor, secura e aumento da sensibilidade vaginal, entre outros, podendo interromper a atividade sexual das mesmas.
 
Na maioria das vezes, as mulheres com câncer de colo do útero, passam pela cirurgia de histerectomia. A representação que o útero tem para muitas mulheres é de feminilidade, estando diretamente ligada ao prazer sexual, sendo assim a remoção desse órgão pode ocasionar diminuição da lubrificação vaginal, alterações de humor, diminuição da libido, entre outros, comprometendo de forma significativa a vida sexual dessas mulheres.
 
Exames - Durante todo o mês, o Laboratório da Mulher Maria das Mercês Cunha, no bairro da Boa Vista, no Recife, está fazendo coleta para realização do exame citopatológico do colo do útero, das 8h às 17h. Estão sendo ofertados 20 exames diariamente, 10 em cada turno. Para as interessadas, é preciso levar o cartão SUS, RG, CPF e comprovante de residência. Para fazer o exame, é preciso não estar menstruada. Dois dias antes do exame, também é importante evitar duchas vaginais, tampões, cremes ou medicamentos vaginais e relações sexuais.
 
DADOS – Segundo estimativa do Inca, em Pernambuco, devem ser registrados 970 novos casos de câncer do colo útero no biênio 2016-2017 - e uma incidência de 20,23 casos para cada 100.000 mulheres. A estimativa para o câncer de mama é de 2.550 novos casos no período, com risco estimado de 53,18 casos novos por 100.000 mulheres.