A doença falciforme tem mais prevalência na população negra e parda. Caracterizada como enfermidade genética e hereditária, a causa se dá por uma mutação no gene que produz a hemoglobina A, que origina uma herança recessiva: a hemoglobina S. Para abordar a presença da doença e as alterações na cavidade bucal, a Coordenação de Saúde da População Negra, em parceria com a Coordenação de Saúde Bucal da Secretaria Estadual de Saúde (SES), promoveram, na manhã desta terça-feira (24.10), no auditório do órgão, encontro para abordar a temática junto aos profissionais da área.

A realização do encontro também é uma referência do Dia do Cirurgião Dentista e da Saúde Bucal, comemorado na quarta-feira (25.10). Como forma de alinhar as temáticas, a cirurgiã dentista do Hemope Kátia Maria Gonçalves foi convidada para ministrar palestra direcionada aos profissionais de saúde das 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) e transmitida por videoconferência.

Durante sua explanação, a profissional destacou o trabalho preventivo na detecção de alterações na cavidade bucal e o papel do cirurgião dentista no acompanhamento do paciente com doença falciforme. “É de extrema importância se ter o controle das doenças da cavidade bucal e realizar a prevenção para evitar o comprometimento das estruturas, tanto do dente quanto da periodonto. O cirurgião deve estar atento às condutas relacionadas ao uso de anestésicos, prescrição de antibiótico e anti-inflamatório e as interferências de cada tipo de tratamento”, afirmou a cirurgiã dentista.

 

Entre os achados clínicos mais comuns desse tipo de paciente, estão a palidez da mucosa oral e língua lisa, descorada e despapilada, resultante da anemia crônica ou icterícia causada pela hemólise (alteração, dissolução ou destruição dos glóbulos vermelhos do sangue). Em crianças, as manifestações podem se apresentar por meio do atraso na erupção dentária, periondontite - processo inflamatório originado na gengiva -, hipoplasias e opacidades dentárias.

Dentro das ações ligadas a ampliação de conhecimento, a coordenadora de Saúde da População Negra da SES, Miranete Arruda, destacou a importância do acesso dos profissionais de saúde a estratégias para revisão de procedimentos de assistência a saúde. “Baseados em orientações do Ministério da Saúde, buscamos traçar diretrizes que envolvam a disponibilização de ferramentas com a finalidade de promover a atualização de profissionais de saúde em questões relacionadas ao conteúdo técnico da prática, procedimentos e a atuação da equipe multiprofissional”, disse.

O Hemope é o centro de referência estadual em hematologia e hemoterapia. A unidade realiza diagnóstico, atendimento ambulatorial e hospitalar especializados no tratamento da anemia falciforme em Pernambuco.